quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Chegada.

[...] Olhei pro relógio: 07h45 - faltavam duas horas pro voou dele chegar.. sim, ele ia voltar! Levantei, tomei um banho e fui ver minha roupa. Como é de praxe, mulher nunca tem (lê-se: acha que não tem) nada pra vestir. Mas eu tava com pressa demais pra brigar com o guarda-roupa, então peguei uma calça jeans, uma blusinha amarela, um chinelinho, soquei minhas coisas na bolsa e fui, rumo ao aeroporto que, naquele momento, parecia o melhor lugar do mundo! No caminho passei em frente à uma loja de presentes.. - levo ou não? hm.. será?! acho melhor não... não tem sentido.. ah, melhor levar, pra ele ver que eu lembrei.. ou.. não, não vou levar! - Eu nunca fui boa em presentes, na verdade eu nunca comprei um presente aleatório pra ninguém, e isso não era boa coisa. Enquanto eu pensava nisso, o relógio corria, e eu ainda estava parada em frente a lojinha de presentes. - NÃO VOU COMPRAR! - ordenei pra mesma, liguei o carro, e voltei minha mente para o aeroporto. Na verdade, eu voltei a minha mente ao que, provavelmente, ele estaria usando, o sorriso que ele ia dar, o abraço dele... Planeta terra chamando, planeta terra chamando. Meu estômago roncou - caramba, não tomei café! - isso poderia não ser um problema, mas aguardar uma hora sem ter comido nada, isso sim seria um problema. Passei numa cafeteria pra comprar alguma coisa. "Um frappuccino, por favor! De caramelo" - "Grande ou pequeno, sra.?"- "Grande." sim, eu precisava ter algo em mãos enquanto eu esperava. Essa ansiedade louca provavelmente acabaria com minhas unhas, melhor então, acabar com um café! Cheguei no aeroporto e fui até a porta de desembarque. Sentei no banquinho, ainda faltavam uma hora e trinta e sete minutos pro avião dele chegar - acho que cheguei meio cedo... definitivamente, eu cheguei bem cedo! - entrava e saía gente de tudo quanto é lugar... a maioria que chegava, sempre era recepcionada por alguma pessoa amada... provavelmente os pais dele chegariam a qualquer momento, e eu ia ser a amiguinha que veio recebê-lo. Isso não era o que eu realmente queria, mas era o suficiente para mim. Cumprimentei seus pais e irmãos. Seu irmão sabia que eu era meio tímida, e se sentou comigo, pra me fazer companhia. O voo dele chegou, e agora estavamos todos em pé, esperando ele aparecer pela porta de desembarque. Sai gente, entra gente... Finalmente, ele aparece! Como sempre, lindo e com o melhor sorriso de todos! Meu coração disparou, minha garganta travou, minhas mãos começaram a suar, e eu tremia tanto, que parecia que eu tinha levado um choque. Ele cumprimentou seus pais, seus irmãos, e depois veio na minha direção. Me abraçou, me deu um beijo na bochecha e parou para olhar nos meus olhos. Ah, como eu queria poder ficar abraçada ali, com ele, pra sempre. Aquele abraço era a única coisa que podia mandar embora qualquer pensamento e mal-humor, e fazer com que eu aproveitasse cada minuto ali, em seus braços, não desejando absolutamente nada mais! "Tenho um presente pra você!" ele me olhou nos olhos, me deu outro beijinho na bochecha, e abaixou pra pegar um pacote de dentro da sua mala. - aaah, não. Por que eu não entrei naquela loja e comprei um presente também? Era pra eu ter comprado! - "Que isso, não precisava!" eu disse, tentando demonstrar o menor entusiasmo possível. "Precisava sim! Abra! Quero ver se você vai gosta." Claro que eu vou gostar, você que deu, bobinho! Claro que, isso ficou nos pensamentos... Peguei um pacote bem mal embrulhado e abri cuidadosamente. Era um livro, e dentro dele haviam dois chaveiros, um com minhas iniciais, e outro com as iniciais dele. - seria bem melhor se as iniciais estivessem no mesmo chaveiro, provavelmente teria custado mais barato e significaria outra coisa. Para menina, agradeça! - "São lindos!". "Calma ai, um é meu, outro é seu." Ele disse, sorrindo. Lerdinha! Obvio que os dois não são seus, o chaveiro com as iniciais dele são dele! "Ah, claro né!" sorri entre os dentes. Peguei o chaveiro com as suas iniciais e dei pra ele. "Esse é o seu! O meu é o outro." Ele disse, agora soltando um largo sorriso. Ok, estou confusa. "Hãn?Ah,tá." Peguei de volta e dei o outro, com minhas iniciais. "Agora sim! Bom.. vamos indo? Ah, você se importaria de me levar pra tomar um café?" Pra que você faz essas perguntas, se a minha resposta já é obvia demais?! "Claro, sem problemas." Bom.. perfeita hora aquela seria, pra dizer à ele o que eu realmente sentia...

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