quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cavalheirismo?! Uma critica à quem folga demais nos relacionamentos...

Me diga. Como é possível um homem escrever algo pela perspectiva de uma mulher? Pois é, parece então que esse o site Entenda os Homens só tem escritor ninja.

Teria dado mais credibilidade pro texto se o senhor Hugo Rodrigues, tivesse me dito que essas impressões foram tiradas de uma conversa com uma amiga, namorada, irmã ou qualquer ser do sexo feminino por meio de uma conversa sincera e despretensiosa. Se esse foi o caso, me passe o contato da criança pra eu sentar com ela e explicar direito que algumas atitudes que ela julga ser "cavalheirismo" são na verdade a parte do machismo que lhe convém.




Ok, sem pedras e paus na mão. Meu ponto de vista sobre algumas partes do texto Um Homem Visto por uma Mulher:

1 - "Homens têm que chegar no horário e esperar sem reclamar [...]".
Como uma mulher crescida no século XXI, eu venho por meio deste singelo post pedir perdão aos homens que leem isso aqui por essa falta de respeito, logo de cara. Não, você não tem que chegar no horário e esperar sem reclamar. Ninguém na vida merece isso. Eu não sou das mais pontuais, eu sei. Mas eu sei que atraso dão nos nervos. E se você sempre atrasa e faz seu homem ficar te esperando, isso ainda vai findar em briga. E nesse caso, fia, tô do lado do seu boy.

2  "Homem tem que andar do lado de fora da calçada e nos levar em casa sempre. Seja de carro, moto, ônibus, taxi ou a pé. Mas é importante nos levar no portão, assim, por tradição clichê, sabe? As mulheres evoluíram, eu sei. Mas o cavalheirismo não saiu da moda não. E pelo que ando lendo por aí, nunca sairá"
Essa parte aqui vai entrar num problema pessoal meu: eu tenho TOC. Daqueles estranhos, que qualquer pessoa acha meio esquisito quando conto que tenho. Eu sempre fico do lado direito do homem. Não importa de que lado a rua está, eu fico do lado direito do homem e minha referência é ele. Então vai calhar sim de você ficar do lado de fora da calçada, mas se a rua estiver à minha direita, quem vai ficar do lado de fora sou eu. E não, eu não faria você me levar em casa todas as vezes, eu moro longe pra burro e isso desgastaria qualquer relacionamento e levaria pro saco qualquer resto de paciência que ainda lhe restasse. Sendo assim, podemos nos despedir num ponto que fique no meio do caminho pros dois. Sem choro e estresses. Sem essa história de que isso não seria cavalheirismo. Isso não tem nada a ver com cavalheirismo. Isso é "não ser folgada". Pronto, falei.

3 - "Homem tem que ser atencioso, seja para perceber que cortamos dois dedos do cabelo..."
Filha. Dois dedos do cabelo. Dois. Nem eu percebo quando eu mesma tiro dois dedos do meu próprio cabelo. Sempre fico com a impressão de que não cortei nada. Não queira que seu homem tenha a atenção de uma mulher, isso não faz parte da essência dele. Eu aposto que ele vai dizer que você tá linda sempre. Mas não exija que ele perceba nem o que a gente não percebe.

4 -"...Mas saiba declamar Fernando Pessoa ao pé do meu ouvido como se você mesmo tivesse escrito aqueles versos pensando em mim".
Não vamos generalizar, nem todos os homens nasceram poetas, vulgo poetas ou aspirantes à poetas. Tem aqueles com perfil mais grotesco, que não declama Fernando Pessoa mas que pode ser capaz de dizer coisas muito mais sinceras só com um olhar. Generalizar é coisa de gente burra. Não faço questão que declame nada pra mim. Faço questão de originalidade, autenticidade e simplicidade. Eu já disse aqui e repito: prefiro muito mais um "eu gosto tanto de você" ou qualquer outra frase que seja simples e clichê mas que venha do coração do que um texto decorado só pra eu achar que você é poeta, vulgo poeta ou aspirante à poeta. O simples é lindo.

5 - "...Como próprio nome já diz, presentes são para fazer presença. Então, cada vez mais que eu fizer presença em tua vida, saberei que faço parte dos teus dias, também".
Eu confesso que mulher gosta de surpresas. Mas não gostei da parte do 'cada vez mais que eu fizer presença em tua vida, saberei que faço parte dos teus dias, também'. Não precisa me dar presentes só pra eu saber que tô na sua vida e que você pensa em mim durante o dia. Uma mensagem fora de hora pode ser tão eficaz quanto uma caixinha de bombom ou qualquer coisa que tenha custado alguns centavos. Um telefonema também. O link de uma música com uma letra fofa que no fim só tem significado pra nós dois e mais ninguém, nem se fala. Não me compre presentes. Seja você meu presente de todos os dias. E não venham com essa falsa ilusão de que se o cara parou pra comprar uma coisa pra você no caminho de volta pra casa, é porque o afeto dele é mais genuíno por não ter medido tantos esforços do jeito que o cara das mensagens e telefonemas faz. Ele pode ter um estoque de bombom na gaveta e você pode não ser a única que ganha. Just saying, honey...

6 - "Em dias nublados, homens têm que sair com casacos mesmo que não esteja sentindo frio. Hormonalmente, mulheres sentem mais frios do que os homens, então o seu casaco extra será importante nesses momentos".
Meu amor, só saia com blusa de casa se você achar que vai usar mesmo. Eu sei quão desconfortável é ficar segurando uma blusa o dia todo, pra lá e pra cá. Se eu achar que preciso de blusa por qualquer diferença hormonal que eu tenha, quem vai levar meu casaco sou eu. E essa frase é tão ridícula que me arrancou boas gargalhadas. De onde é que essa criança tirou esse homem, minha gente?! Certeza que ele já tá de saco cheio dela.

Amigas lindas desse meu Brasil varonil: vamos analisar melhor nosso comportamento nos relacionamentos. Como podemos exigir 100% do outro quando não conseguimos doar nem 100% de nós pra nós mesmas? 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Balada = #1 time.

A primeira vez na balada a gente nunca esquece. Aposto que você também tem uma amiga que, quando convida pra fazer algo, vem com aquela história de "vou não, quero não, posso não, minha velhice precoce não deixa não". E eu, acreditem ou não, era quem tinha essa desculpa como lema de vida social. Se fosse pra comer cachorro quente, eu ia. Pegar um cinema, eu ia. Mas quando vinha aquela historia de "ah, barzinho, dançar, musica alta e derivados" eu já pulava fora e inventava uma desculpa... Até que...

Era uma sexta-feira e o martelo já tinha sido batido: vamos passar o final de semana na praia, juntas. "Ah, tá tudo numa boa! Vai acontecer nada! Três amigas naquela fase de fazer promessas de vamos-ser-amigas-pra-vida-toda... Nada pode fugir dos meus planos".

Primeiro dia: compras, karaokê, festinha no apê. Tranquilo. Lindo. Maravilhoso.
Segundo dia: péra, que historia é essa de sair? A gente tá mesmo ligando pra uma baladinha pra checar quanto paga pra entrar? Pera aí, balada? Não querem ir tomar um suco? Comer temaki? Andar na beira da..." Tá. Balada. Balada. Música.. Pera, passa a caipirinha aí, por favor!

00h, salto alto, maquiagem e a única coisa que eu lembro de ter decorado: porradinha (if u know what i mean)...

Saldo oficial da noite: depois de ter sido salva pela amiga com um refrigerante divino que caiu como uma luva num momento em que meu cerebelo já não tava dando conta de nada e de uma temakeria no piso de baixo da balada que salvou a vida de quem não sabe dançar nada além de joguinho do Kinect, ainda esquecemos um amiguinho que tava no porta-malas – desculpem, não nos julguem, não cabia nem uma pena sentada do nosso lado no banco de trás – que foi embora revoltado a pé ao invés de nos chamar quando trancamos o carro com ele dentro e entramos no Mc Donald’s às 5am. Vacilão.

sábado, 19 de abril de 2014

153 km de distância entre nós...

Se eu disser que penso em você logo que acordo, você vai fugir? Se eu disser que queria que seu rosto fosse a primeira coisa que eu vejo quando abro os olhos, você me acharia exagerada? Ok, tenho uma tendência, às vezes, de aumentar um pouco as coisas, mas com você eu sinto que posso ser eu. Aumentando as coisas ou não. Exagerando ou não.

Se eu disser que se você me fizer cócegas eu vou te morder, você vai correr? Se você não correr, promete que vai fazer cócegas mesmo assim?  E se você vier brincar de lutinha e eu ganhar, promete que não vai se sentir menos homem por isso e ainda assim vai me prender num abraço, mesmo quando eu tiver rindo de você e da sua derrota?
Se eu brincar com sua buchecha, quantas vezes você vai me mandar parar? Se eu me fingir de surda promete me fazer parar à base de beijos?



Quando formos assistir filme no sofá, deixa eu ficar te olhando e rindo toda vez que você me mandar parar? Deixa eu bagunçar seu cabelo? Posso aproveitar e fazer mil perguntas sobre o filme que seriam esclarecidas se eu calasse a boca e prestasse atenção? Se eu bagunçar mil vezes o seu cabelo no processo, você ia rir do quão infantil eu posso ser? E se eu me comportar como uma criança hiperativa de vez em quando, você vai entender que é por culpa da felicidade que eu sinto por ter você?

Posso chegar antes do horário marcado e te ligar dizendo que você é atrasado? Se eu pisar no seu pé enquanto dançamos você me perdoa? Se eu derramar o copo de cerveja todo em cima de você, jura que não vai brigar comigo? Se eu derrubar de novo, você promete que não briga de novo? Se eu merecer levar uma bronca, você promete que se encarrega de não deixar ninguém mais me dar a bronca além de você? E se eu rir na hora errada, você vai fazer cara de que não me conhece enquanto segura minha mão?

Ah, se um dia estivermos só a alguns centimetros de distância ao inves de 153km, deixa eu fazer tudo isso que eu acabei de dizer?

domingo, 13 de abril de 2014

Amor.. Não, péra.

Graças a Deus, eu sou (na maioria das vezes), uma pessoa bem racional. Eu falo 'eu te amo' a torto e à direita pros meus amigos do coração, toda hora, sempre. Mas não jogo essa frase ao vento quando o assunto é amor entre duas pessoas que estão em um relacionamento (entrando ou começando um).

Ok, eu não tenho moral nenhuma quando o assunto é falar sobre relacionamentos. Ou até tenho, justamente por nunca ter tido um relacionamento efetivamente. Mas eu não preciso provar jiló pra saber que o gosto é ruim (eu ia usar outra analogia, obviamente, mas achei que ficaria insensível demais hahahha).

Eu vejo frequentemente no meu facebook casais extremamente apaixonados um pelo outro. Inúmeras declarações de amor capazes até de arrancar uma lagrimazinha da megera aqui. Mas aí eu vejo que tudo não passa de uma máscara pra manter essa ditadura da felicidade imposta pelas redes sociais. Por que eu acho isso? Porque esses mesmos casaizinhos felizes e apaixonados como nos contos de fadas, terminam o namoro (aquele mesmo namoro que estava quase chegando no casamento) e depois de uma semana estão amando tão ardentemente e incondicionalmente a(o) substituta (o) do namoro anterior. Aí o que acontece? As fotos do passado são apagadas e os albuns se enchem de novas fotos com novas declarações de amor pra nova peça do xadrez.


Sim, peça do xadrez. Ok, pode continuar me achando uma megera sem coração e recalcada que fala desse jeito porque não tem ninguém a quem amar. Mas cá entre nós. Antes não amar ninguém que ser facilmente trocada e substituída em questão de semanas.

Eu acho sim que namoro é coisa muito séria. Dizer "eu te amo" é mais sério ainda. Não tem como você começar um namoro e depois de um mês dizer que ama a pessoa. Eu acho sim, que isso até seja possível se você namora alguém que antes de tudo já era seu amigo. Amigos se amam e amigos se conhecem. Melhores amigos então, nem se fala. Mas, se esse não é o caso, como é que você pode amar alguém que você nem sequer conhece os defeitos ainda?! Dá mesmo pra amar assim, rápido e fácil? E desamar? Dá pra desamar o ex assim, tão fácil? Na minha humilde opinião de vulgo megera, eu acho que você, na verdade, nunca amou de verdade. O sentimento não passou do estágio "paixão". Não evolui. Ele regrediu. Por isso vocês terminaram. Por isso não deu certo. Paixão que cresce vira amor. Paixão que regride vira nada. E quando não vira "nada", vira impaciência, desgosto, tristeza, brigas, incompreensão, descaso...

Acho que a gente anda confundindo demais paixão e amor. Fase do encantamento com paixão ardente. Eu mesma confesso pro mundo: sou muito fácil de me apaixonar. Me apaixono fácil por sorrisos, discussões, gentilezas, companheirismo, abraços, por várias pessoas.. Me apaixono pela vida todos os dias.. Me apaixono por tantas coisas diferentes numa frequência absurda. Mas reconheço quando isso vira carinho, apenas. Paixão pré-amor é uma coisa mais séria. Conhecer seus sentimentos é crucial pra construção de um relacionamento sadio. Por isso mesmo que eu nunca construí nada. com ninguém. Porque achava que não seria capaz de dedicar meus sentimentos mais sinceros e porque nunca achei que o outro seria capaz de dedicar seus sentimentos mais sinceros à mim. 

E não importa o que você me diga. Términos são términos, independente do tipo de amor que estejamos falando. Um dos corações se quebrou porque o outro coração já tava saturado do sentimento que já não crescia mais. E não, você não deixa de amar alguém hoje e começa a amar alguém amanhã. O amor mesmo, amor genuíno, amor que transborda a gente, demora muito pra acontecer, pra nos encher e nos inundar. Nós só gritamos aos sete ventos um "eu te amo" quando esse amor já não cabe mais dentro da gente.

Sejamos maduros para entender a hora certa de dizer "eu te amo" à alguém (isso sem contar essas declarações que vem aos montes). Sejamos maduros também pra pintar uma imagem mais honesta nossa - e do nosso relacionamento - nas redes sociais. É muito mais lindo e reconfortante ouvir um "eu gosto tanto de você" ao invés de um "eu te amo" dito da boca pra fora.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Ela...



Ontem assisti Ela. Minhas expectativas estavam altas, porque ouvi coisas muito boas sobre o roteiro e, como raramente acontece na vida, minhas expectativas não foram em vão.

Eu já tinha certeza, nos primeiros 10 minutos, de que esse filme me mudaria - ou daria um tapa na minha cara. O filme retrata de uma forma magnífica a forma como o mundo funciona hoje em dia, apesar de ser futurístico. As cores são pastéis, não existe muita firula, não tem carro voando...

No início, fica muito claro que o protagonista é solitário. Tem conversas pontuais com as pessoas, vive relembrando de momentos com uma mulher (logo descobrimos que ele está em processo de divórcio) e ele não toca em nada nem ninguém. Quando quer mudar uma música, ele pede que o "celular" ou algo que está conectado à sua orelha como um fone de ouvido, o faça para ele, assim como ler e-mails e checar seus compromissos. No início eu pensei: "meu, que genial! Será que um dia a gente chega a esse ponto?".

Durante o filme, nós vemos de tudo: amor unilateral, amor recíproco, traição, desespero, ilusão, adeus...O mais engraçado - ou não - é que atualmente nós já somos consumidos pela tecnologia retratada no filme. Não existe mais espontaneidade. Por exemplo: "não sei onde vou comer... ah, posso olhar no site x que ele dá várias dicas de restaurantes". Cadê o: "para ai nesse lugar, tá com cara de que é gostoso", mesmo saindo de lá de barriga vazia e frustrado.

Nós temos inúmeros aplicativos que ajudam a conhecer pessoas novas (com diversos objetivos). Pessoas essas, que você não sabe absolutamente nada, mas que em um momento ou outro acabam fazendo parte da sua vida. Você não sabe o quão real aquela pessoa é. Entra então a ilusão. Você cria uma pessoa com a aparência daquela foto que você viu, você molda uma personalidade pra pessoa pautada em alguns assuntos pontuais que vocês tiveram. Você cria uma imagem, achando que aquela é a pessoa que você sempre estava procurando e que finalmente encontrou, graças à tecnologia. Bullshit. E não tem porque culpar o outro, nessas situações. Todos nós parecemos pessoas melhores quando não estamos em contato direto com o outro. Somos muito mais legais, bonitos e compreensivos pelas redes sociais. Essa é ditadura que vivemos atualmente. É hipocrisia dizer que isso não é verdade. E é uma hipocrisia maior ainda fingir que não fazemos isso.

No final do filme, o protagonista perde o contato com Samantha  (o sistema), depois de terem 'discutido'. Ele não consegue falar com ela, e aparentemente o sistema solicitado não existe mais. Theodore entra em desespero. Ele sai correndo, tentando fazer o sistema voltar a funcionar. Ele entra em desespero porque acha que perdeu a Samantha. Ele corre, cai, chora... Theodore já havia ficado em dúvida sobre Samantha e sobre o relacionamento deles. Deu "um gelo", pra poder pensar.. O caso dos dois acontece todos os dias: as pessoas dão um gelo, agem de forma estranha e "fora do normal", esperando que o outro interprete da forma que eles querem. E aí, em determinada etapa, há uma discussão, há brigas, há choros, há tristezas... de ambas partes, de uma, de outra... É assim que o ciclo funciona.

Voltando ao filme: quando ela volta, eles conversam um pouco sobre o sumiço (necessário, porque ela foi se atualizar). Nessa conversa, ele percebe que não é o único na vida de Samantha. E aí ela diz algo como: 'é complicado... eu ia te contar... eu não sabia como dizer"... Familiar, não? Não acho que exista nada pior que essa maldita frase. Pra mim é sempre menos complicado do que a pessoa diz que é. É muito fácil dizer: "olha, não se iluda, tô com você mas também tô com mais outras oito mil pessoas. Igualmente apaixonado pelas outras oito mil pessoas". O nome disse é jogo limpo.

Samantha vai embora. Depois de um adeus triste, ela vai embora. Depois de uma declaração de emocionar qualquer megera, de arrancar lágrimas e deixar com inveja, ela vai embora. Obviamente, você percebe no rosto de Theodore que ele tá sofrendo. Partidas são dolorosas. Adeus são dolorosos. Nós levamos pouco tempo pra nos acostumarmos com algumas coisas e, quando elas são tiradas de nós, dói. E achei lindo a forma como esse sentimento foi transmitido no filme.

Eu me senti no lugar de Theodore. Eu me vi em Theodore. Os sorrisos, gargalhadas e suspiros olhando pra tela de um celular.
Tudo o que acontece, do início ao fim durante o relacionamento dele com Samantha, com a ex, com os amigos, com colegas de trabalho, com as pessoas na rua, é exatamente tudo o que acontece hoje em dia com a maioria das pessoas.
Todos os relacionamentos são dessa forma. Uma das partes sai magoada. Uma das partes mente. Uma das partes tá mais disposta a dar certo que a outra. Uma das partes é mais ou menos sincera, porque é mais ou menos necessário que assim seja.

No fim do filme, a única coisa que eu conseguia pensar é que o sentido do que é real tá na nossa cabeça. O que é real pra mim, pode não ser pra você e vice-versa. É a mesma coisa que o conceito de certo e errado. O conceito do real é unicamente meu. Talvez a ilusão criada em relacionamentos que nunca existiram e a expectativa que eu criei em cima de pessoas que eu mal conhecia são uma realidade exclusiva minha. Achei que aquilo era real. Achei que aquela pessoa era real. Achei que a situação era real. Achei que a reciprocidade era real. Ninguém tem culpa. O outro não tem culpa. A realidade criada foi minha. Fruto da minha imaginação, das minhas vontades e desejos pessoais.

Bom, eu não vou contar detalhes do filme. Assista. Os diálogos são excepcionais. O roteiro é lindo. O filme é lindo. Mas assista com um lencinho, no caso de ser chorona igual a mim. Boas lágrimas foram derramadas durante os 90 minutos...

domingo, 16 de fevereiro de 2014

É tudo uma questão de personalidade...

Uma vez eu escrevi sobre como eu sou em relação às minhas amizades. Recentemente escrevi também sobre como eu mudei e como estou vivendo atualmente. Eu vou juntar os dois assuntos num mesmo texto, como uma forma de explicação - não tentando me redimir de como ando agindo há um tempo, mas com intuito de que algumas pessoas entendam de uma forma melhor e pelo menos aceitem como eu vejo as coisas.

Eu cresci de uma forma muito desprendida de tudo. Morei em alguns lugares durante minha infância e isso refletiu positivamente (na minha opinião) na minha personalidade. Eu tenho uma facilidade - assumo que tenho, porque todos dizem que tenho - de me relacionar com as pessoas. Tanto no âmbito profissional quanto no âmbito pessoal. Só que eu não tenho a facilidade do apego, tenho a do desapego também. Talvez pelo fato de ser sempre a menina nova da sala, do bairro, da cidade e afins, eu tinha que me acostumar com mudanças. Mudanças boas e ruins. Me acostumar com novos amigos e sofrer com a distância e saudade dos antigos. Tive que me acostumar a ter novas pessoas na minha vida. Tive que aprender a me acostumar com a saudade. Hoje em dia ela me afeta pouquíssimo; acredito inclusive que eu tenha uma pequena 'necessidade' de ter pessoas diferentes na minha vida....

Quando eu voltei pra São Paulo, senti uma necessidade inconsciente, acredito eu, de criar laços. Quando fui para a sétima série, ficou decretado que não mudaria mais de escola até terminar o colegial, então meu ciclo social se resumia basicamente aos amigos do colégio (não contando com o pessoal da igreja). Passava
 o dia todo junto, dormia na casa de fulana, conversava no msn o dia todo, por horas afins. Mas foi só pisar fora de lá que eu automaticamente me acostumei com a ausência. E esse 'grude' exclusivo com algumas pessoas acabou na faculdade e vida profissional.

Depois do colégio, eu percebi que essa é a minha personalidade. Essa sou eu. Psicologicamente 'afetada' pela infância que eu tive - que já disse ter sido positiva e excepcional -, que me beneficiou com essa facilidade de apego e desapego. Isso não significa que eu não ame mais minhas amigas da escola, da faculdade, do trabalho... É só que eu mudo muito rápido. E procuro pessoas que estejam no mesmo momento que eu. Não significa que eu deixe pra sempre de lado quem eu dizia que amava. Eu ainda amo. Só não quero ficar grudada o tempo todo.

Antes eu aceitava fazer tudo (mesmo que não quisesse). Vamos lá? Vamos. Vamos ficar? Vamos. Vamos escolher xuxu? Vamos. Era assim. Hoje se eu não quero, não vou. Se eu não gosto, não faço. Se eu não quero falar, não falo. Respeitar os outros, é saber que cada um é de um jeito. Uns mudam mais rápido que outros. Uns amam de jeitos diferentes e esquisitos. Me aceitar assim é o ponto crucial de me ter na sua vida pra sempre.

Eu sou independente. Eu preciso de pessoas, mas não sou dependente de pessoas específicas. Não gosto de ir sozinha no médico, não gosto de passear no shopping sozinha, não gosto de ver filme de terror sozinha, não gosto de comer sozinha... Mas pra cada ocasião quero um amigo diferente. Tenho muitos amigos. É legal ter um especial pra cada ocasião. É legal amar todos de formas diferentes. É legal precisar de todos de formas diferentes.. Eu não amo mais um que o outro. Amo diferente. Quando li a frase "there're all kinds of love in the world but never the same love twice", percebi que alguém conseguiu verbalizar meus sentimentos e me resumir em uma frase.

Amizade é sinônimo de cumplicidade, de compreensão, de respeito e amor. Minhas manias e chatices são diferentes da sua. Mas meu amor é genuíno. Pode não ser o tipo de amor que você conhece. Mas é o amor que eu sinto e é o único amor que tenho pra oferecer. 

Sábado dos mortos-vivos.

É de madrugada que as coisas ficam mais sentimentais e a carência alheia fala mais alto.

"- Você.. É.. Não sente minha falta?
- Quem é?"

Já chegou o dia das bruxas e esqueceram de me contar? Por favor, né. Se enxerga. Eu, hein

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Introspecção

Você é feliz. Não tanto quanto acha que poderia ser, mas é. Não, ninguém apareceu montado em um cavalo branco, com seus cabelos loiros ao vento, dizendo que é loucamente apaixonado por você ainda. Na verdade você já se conformou que pode não ter nascido pra viver um conto de fadas, já que, apesar da simpatia, seus relacionamentos são rasos. Você tem que parar de ser imediatista e expansiva demais. Você chegou a conclusão que essa ditadura da felicidade imposta pela cultura das redes sociais te cansa. Comentários como "mimimimi" quando você só está abrindo seu coração, te irritam. Não se sinta na obrigação de projetar uma vida alegre/perfeita/eufórica o tempo todo. Daqui a pouco você vai querer fazer isso até pra ir na padaria (se já não o faz). Para de fingir pros outros que você não tem preferências. Você tem. Todo mundo tem. Você vai acabar dizendo que aceita comer chuchu quando na verdade você não suporta chuchu, só porque alguém disse que preferia isso à batata frita. Se você acha a pessoa bonita, diz. Se não quer ir, não vá. Se não quer responder, não responda. Quer ignorar, ignora.  Ah, não desista do amor. Para de ficar na beira da praia. Vai fundo. Qualquer sentimento é melhor do que o nada. Para de se torturar over and over again sobre a Osesp. Saiu porque quis. Abandonou a música porque quis. Ou volta ou supera, ficar acordada pensando nisso não muda nada e o tempo não vai voltar. Decida se você quer fugir pra outro país ou construir uma vida tranquila aqui. Os dois ao mesmo tempo é difícil (pra não dizer impossível). Você tem muita coisa pra viver ainda, como eu já disse, para de ser imediatista. Eu sei que é difícil, mas existe vida pós final de semana. O ser humano é movido por paixões. Você precisa se abrir pra qualquer coisa que não sejam os livros, a música, sua família, balões e corujas. Aceite que seus pais sabem (muito) mais que você. Para de reclamar sobre a faculdade, para de faltar às aulas e reclamar que vai ser uma tortura ficar lá por mais um ano e meio. Esses são os melhores anos da sua vida, aproveita!! Para de se restringir, pense menos, abrace mais (bem mais do que você já abraça), viva seus 21 anos. Vinte e um. Clichê, mas: você não terá 21 de novo (veja os exemplos ao seu redor, quer ficar igual?). Não se importe com as pessoas, mas também não chute o pau da barraca. Bom senso sempre é bem vindo. É muito fácil ser pedra, mas vire uma vidraça de vez em quando e dê a cara pra bater. Like I said: melhor sentir qualquer coisa do que não sentir nada. E lembre-se: paciência e flexibilidade!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Vida nova (sem necessariamente haver um ano novo)...

Há um mês, aproximadamente, muita coisa acabou e muita coisa começou. Um mês (alguns vão dizer) não é tempo suficiente pra nada. Eu digo que é sim. Quanta coisa não se define ou bagunça ainda mais em um mês?! Trinta dias é dia pra burro. 

São dias suficientes pra sair de um emprego. Começar em um novo trabalho. Terminar um relacionamento. Não entrar em nenhum outro tipo de relacionamento. Dar adeus à certas pessoas. Dizer muitos outros olás. Mudar de opinião uma vez. Mudar outras tantas. Perceber quem é amigo. Perceber quem nunca foi. Ver que talvez nunca seja feliz do mesmo jeito, mas também perceber que nunca se esteve tão feliz...

Quando se vê, já são seis horas
Quando de vê, já é sexta-feira
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
(Mário Quintana – Poema “O tempo”) 

Bem vinda à época mais feliz de sua vida, Ana! :D

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Décimo round: moça na lona, moço 10!

Deu certo por algum tempo. Agora, com a repetição dos sumiços, das pisadas na bola, a coisa acabou  perdendo a força. Os elogios e carinhos, em confronto com as atitudes dele, o pouco investimento, a falta de atenção, já não colam mais...

Ele faz um estilo ioiô. No impulso que dava para se aproximar, já pegava o embalo para o caminho de volta. É um perto/longe constante. Ele gostou mesmo? Acho que eu jamais saberei. Agora nem vem muito ao caso. Porque mais importante do que se enredar nesse emaranhado de emoções ambíguas é pensar se vale a pena essa "relação" montanha-russa.
Para mim, no início, valia cada segundo perto. Mas, o vácuo que vinha a seguir, a ausência injustificada, as desculpas ocas que se seguiam e o abandono jogavam tudo por água a baixo. Não compensa. Eu tinha certeza que uma hora o barco ia afundar e que era só uma questão de tempo.

Impossível dar seguimento à vida quando se vive nessa bagunça. Consome toda a energia, o pensamento dissipa, a vida cansa. Eu tô pra isso, mas percebo que não estou em todo o resto. Porque a dúvida não dá trégua. Será que vale mesmo a pena? Não, não vale. Pelo menos para mim, depois de muitas tentativas, já não vale mais. Eu tenho uma vida inteira de tarefas e afetos começando a engarrafar, preciso desviar o foco, tomar decisões, dar seguimento às minhas coisas. Nenhuma vida deveria ser restrita às idas e vindas de um suposto amor.  Era preciso ir além do 'ele sumiu /ele voltou, ele quer/ele não quer'.

Percebi que essa 'relação', que eu nem sei exatamente o que é, não vai bem (há muito tempo). Tenho medos. Medo de dispensar ele e me arrepender, principalmente... E se essa for realmente A vez que ia dar certo? E se tudo mudar mesmo? Mas se ele voltou é porque sentiu minha falta. Então, gostava, não gostava? E assim vai passando as horas da minha vida.
Eu tenho sonhos, muitos, alguns coloridos e outros em preto e branco. Eu tento encaixar ele neles. Mas tá ficando como um sapato de cristal no pé das irmãs da Cinderela:. meio sonho apertado na frente, meio sonho descoberto atrás.

Não é ele que me prende. Ele mente, inventa, faz curvas para fugir de explicações? Sim. Mas quem me prende nessa situação sou eu mesma que, mesmo livre para dizer não e partir, permaneço na ratoeira. Tenho a chave, mas não destranco a porta da prisão.
O coração avisa, a gente é que cisma em não escutar. A intuição aponta, mas a gente vira o rosto. Temos sirenes internas e ignoramos o risco de desabamento.

É preciso reagir. Interromper as doses de veneno, pensar diferente, ousar, me permitir uma chance, um novo movimento e ir além. A vida pede coragem. Exige que se escolha o melhor possível, que não se acomode com o que maltrata, destrata ou é ruim. O que dói, o que machuca, não é amor.

Tomara que, quando ele voltar, pela milésima vez, eu tenha a coragem de não estar mais lá. Que num lampejo de coragem, eu tenha desfeito as amarras, levantado âncora e zarpado em busca de novos mares. Esse, definitivamente, seria um final mais feliz.

Editado e baseado em fatos reais.