domingo, 17 de maio de 2015

Comparações

Quando se tem muitos irmãos, as comparações são sempre inevitáveis. Até porque sempre vai ter um mais inteligente que você, mais bem relacionados que você, mais obedientes que você, mais comportado e consciencioso que você... 

Na minha vida funcionou pretty much like this:
- Sua irmã estudou música e toca super bem, se você quer, tem que fazer a mesma coisa.. Aí, dá-lhe estudar enlouquecidamente tudo o que eu podia pelo menor tempo possível pra mostrar pra todo mundo que eu era melhor e que tinha capacidade de tocar muito mais rápido. Primeira "vitória": entrei no conservatório mais renomado da América Latina.
- Depois veio a história de que "sua irmã fala outra língua, e você, tá estudando, tá treinando, tá se dedicando"? Dá-lhe comprar livros, CDs e o caramba a quatro e estudar sozinha pra tirar isso da frente. Pronto, super autodidata, tem inglês avançado, se vira super bem e já começou a estudar outras duas línguas, por falta de uma. 
- A situação piora quando você tá fazendo vestibular e fica sabendo que sua irmã tirou a nota mais alta do ENEM em mil novecentos e bolinhas em todo o estado do Amazonas.. Como funcionou o diálogo interno: "como é que eu vou superar isso mano? Ela competiu com dez pessoas e eu tô em São Paulo, competindo com um monte de gente dos melhores colegios e escolas da região.. Ai, que saber, foda-se. Eu só vou fazer isso aqui, tentar uma nota boa nos vestibulares que eu quero e torcer pra conseguir uma bolsa em alguma delas". Bolsa integral, último semestre de RP. Primeira formada de verdade na família.
- Na faculdade param as comparações com irmãos e começam as comparações com seus colegas: "essa vaga de estágio aqui é boa, mas todo mundo da sala se candidatou... no que será que eu sou melhor que eles? Putz, essa menina tá numa empresa boa, será que ela vai se efetivar antes de mim? Meu, como é que eu vou provar pra minha chefe que eu sou melhor que ele e por isso a vaga efetiva tem que ser minha e não dele?". Efetivada, multinacional, reconhecimento e uma vida profissional bem feliz e satisfatória, principalmente pra alguém que só tem 22 anos.
- Aí você conhece alguém legal: "gente, se eu rir desse jeito ele não vai gostar de mim porque eu não sou contida o suficiente.. será que a ex era melhor? se eu falar desse jeito pode ser que ele me ache mais legal que as outras.. se eu falar menos eu vou parecer menos chata que as outras.. se eu fingir que não me importo vou parecer mais interessante que as outras..." (deixemos isso em aberto por hora)...

Não dá pra culpar só a família por isso. Quem não faz comparações, não é mesmo? Hipocrisia seria dizer que conseguimos aceitar qualquer pessoa com os defeitos e características de fábrica: "tenho que achar alguém que faça engenharia ou administração, porque não posso ter alguém sem um futuro certo, também não pode votar no PT senão meu pai não vai gostar, nem pode usar crocs porque meu irmão vai zuar, ou escutar pagode senão meus amigos me batem.. Mas mesmo, sério, sem brincadeira, ele tem mesmo que ter a risada do ciclano!" 
É uma grande ilusão dizer que um dia você vai achar alguém que seja feito sob medida pra você, com todos os atributos certinhos que você estabeleceu baseado em inúmeras comparações que seus ciclos sociais já levantaram, e até porque ser humano não é uma Harley Davidson que você personaliza. A bagaça já vem personalizada...

Cheguei a conclusão que definir minha vida baseada em comparações sempre foi, na verdade, muito cansativo. Isso me tira o sono porque cansa querer provar que eu consigo, cansa querer provar que eu também posso e cansa querer provar que eu mereço viver a minha vida do jeito que eu acho que tenho que viver a minha vida, com meus próprios objetivos. Não é por atenção, não é por aceitação... Não é e nunca vai ser. Comparações são destrutivas e a vida não precisa ser pautada nelas. Sentimentos ruins são parecidos com aquele feijãozinho que você planta no algodão e que você só dá importância quando o potinho de danoninho já não comporta o feijãozinho que se desenvolveu significativamente.

Quando percebi que minha vida era mais do que só conquistar as mesmas coisas que me eram impostas por meio de comparações, tudo mudou. Meus relacionamentos familiares mudaram. A vida fez mais sentido. O que eu quero e gosto, ficou mais claro.
Deixa só pra comparar os restaurantes, os bares e os batons novos, vai Ana...


sábado, 21 de março de 2015

Mãe, fiz uma tatuagem.

Nós nascemos com características do nosso pai, da nossa mãe, dos avós e até de desejos não realizados enquanto mamãe tava grávida (é o que dizem, quem sou eu pra questionar). Nada disso foi escolhido ou planejado baseado em nossas opiniões. Do jeito que nasceu, nasceu. Conviva com isso até ter como mudar por meios alternativos.

Dito isso, você acorda um dia e decide que quer uma tatuagem. Por que você quer fazer uma tatuagem, Ana Paula? Porque tem gente que enfeita a janela com vazinhos de flores, tem gente que enfeita a sala com quadros, outras pessoas enfeitam o quarto com pôster, uns enfeitam a mesa com porta retrato.. E eu escolhi enfeitar a casca que eu uso todo dia com desenhos que me representarão (ou não), que expressarão minhas características (ou não), meus lemas de vida (ou não), meus amores e desamores (ou não também)... Escolhi deixar marcado na pele através de desenhos tudo que mais importa, importou e vai importar pra mim - ou não também, porque tenho certeza que a probabilidade de eu tatuar só porque é cute é bem grande. É sensacional poder criar uma característica que te torne um pouco mais do que você é e quer ser. É uma parte de você que você escolheu.

Toda aquela balela de "você vai querer mais e nunca mais vai parar de se desenhar" é verdade. E isso me deixa feliz pra burro! E sabe aquela história de "você vai enjoar e se arrepender"? Pura balela de gente invejosa que não tem coragem de fazer uma tatuagem.

Um viva à nossa capacidade de metamorfose, auto conhecimento e vontade de mostrar nossa verdadeira identidade, não importa como façamos isso. E um viva à minha primeira tatuagem ❤


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Dois mil e...

Quatorze.
Eu sei que o normal é desejar e depositar no primeiro dia do ano todas as nossas expectativas para os próximos 365 dias. Mas vou fechar antes meu último parágrafo, da última página de 2014.

Fiz uma tatuagem. Contabilizei mais um show pra minha curta lista de 3 shows na vida. Descobri que consigo virar uma adolescente apaixonada por um ídolo (coisa que minha mãe não teve que aguentar na minha adolescência mas.. well.. it happens!). Tive uma cobra (é isso!). Fiz muitos amigos. Me desapeguei sempre que queria. Descobri que álcool é um monstro que, às vezes, é fofinho, fofinho! Percebi que o primeiro passo da vida adulta é deixar os irmãos serem apenas irmãos. Descobri que ser tia... bom, só melhora quem a gente é! Me livrei de coisas que não usava mais há tempos (tchau, tecladinho lindo) e virei uma pessoa mais mal humorada, infelizmente.

Agora, eu quero que 2014 vá com Deus e que nada se repita num déjà-vu maldito novamente.

Como dica para o próximo ano, eu farei uma lista só com coisas sensatas. Esquece qualquer desejo idiota que não depende só de mim. E pular de paraquedas, viajar mais com os amigos e contabilizar mais duas tatuagens são as primeiras coisas da lista.

Dois mil e quinze vai ser um ano de mudanças, inícios e términos. Não nos cabe conhecer ou ver o que virá. O fim dele, ninguém sabe ao certo como será.

Feliz 2015!


domingo, 12 de outubro de 2014

Não existe amor em SP?

Tudo começou com a música do nosso querido Criolo, Não Existe Amor em SP, que desencadeou várias provocações de que isso é verdade e de que aqui é um péssimo local pra se viver. No começo eu falei muito mal do posicionamento dele nessa musica. Depois eu concordei. Mas agora tô tentando entender melhor porque as pessoas tomam isso como uma verdade absoluta... Eu sou Paulista de coração e Certidão de Nascimento. Já morei em outros estados e visitei mais muitos outros, como já disse aqui. Mas São Paulo é minha cidade e por isso eu quero defendê-la.

Aqui é cinza sim. Tem trânsito, rio mal cuidado e faz as quatro estações do ano em um único dia.  Tem enchente, periferia e ponto de ônibus lotado todo dia. Não é a toa que todos dizem que aqui é uma selva de pedra. Essa é a nossa realidade e é assim que funcionam as coisas. Sei que quem visita o Rio de Janeiro, Salvador ou Florianópolis acaba achando que São Paulo não representa bem o "estilo brasileiro" de ser. É todo mundo mais estranho, galera de social pra lá e pra cá e aparentemente bem mais carrancuda e rabugenta. Aqui é uma cidade grande e sem muitos atrativos visuais se compararmos às paredes cinzas e mal pintadas que temos por aqui. E sim, aqui pode ser muito perigoso.

São Paulo não te cativa de primeira, como as praias de Florianópolis, o sorriso dos baianos ou a malandragem dos cariocas. Mas se você para pra observar a cidade além do que vê na superfície, vai se encantar tanto quanto um paulistano enraizado e apaixonado. É verdade que todo paulistano vive reclamando de tudo (acho eu que isso é uma infeliz característica do paulistano), mas a verdade é que dificilmente quem passa anos e anos aqui, trocaria sua vida agitada em São Paulo por outro lugar facilmente. 


Morar em São Paulo te torna uma pessoa mais cultural. Na Avenida Paulista, por exemplo, você vê tudo quanto é tipo de gente naqueles três quilômetros de asfalto cercado por prédios. Tem feirinha de artesanato, prédios corporativos, shopping, loginha de bugiganga, museus, parques...E não tô falando de um exemplar de cada, tô falando de vários. São Paulo é um poço de cultura e entretenimento. Muito além dos limites da Paulista, existem museus, bares, teatros e exposições acontecendo em inúmeros cantos da cidade. Atividades pra todos (eu digo TODOS) os 11 milhões de pessoas que aqui estão e pra todos os outros que aqui visitam. Outro ponto que comprova isso é que SP está sempre na lista dos artistas famosos que vem para a América Latina se apresentar. Vão pra Buenos Aires, Colômbia e.. São Paulo. Isso sem contar sobre todos os mais variados tipos de restaurantes que existem aqui. Tem também arte de rua e isso a tornou uma das melhores cidades do mundo pro grafitti. E vimos isso tudo que eu acabei de citar na Copa.

O "meu" vem praticamente antes de qualquer frase e o "mano" vem depois de praticamente todas as frases. Você tá indo pro trabalho e tem gente voltando da balada. Todos são recebidos de braços abertos, nessa nossa cidade que não dorme. Paulista fala alto, toma chopp e come pizza quase todo fds. É verdade sim que a gente adora uma fila. Tem um monte de gente simpática, solícita e disposta a ajudar... O Brasil inteiro tá dentro de SP. 

Então.. existe amor em São Paulo? Talvez não a primeira vista. Não, inegavelmente não existirá à primeira vista. Pra amar São Paulo você tem que ter tempo e paciência pra descobrir todas as maravilhas encobertas pela camada cinza que encobre a cidade. Amar São Paulo é difícil. Mas tudo que é muito fácil cansa, né?

domingo, 27 de julho de 2014

Sobre saudade...

Saudade...

...De dizer bom dia, boa tarde, boa noite, perguntar do sobrinho, falar sobre o sobrinho, perguntar do joelho, contar da cabeça, reclamar da faculdade, perguntar da faculdade, contar do sonho, perguntar do plano, conferir quando vem ou se chatear quando não vem... 
...Dos domingos de manhã, da bateria, do trator, dos óculos de sol, da gastrite, da camisa rosa, do cuidado, dos apelidos, do "não bebe muito", do "não volta tarde", do "quem é esse?", do "é só minha amiga", do "o que eu faço?", do "queria estar com você"...

Mais de três meses e eu ainda não consigo ouvir algumas músicas sem travar a garganta... Mais de três meses e eu volto pra casa pensando se o nosso "não nos falaremos mais" ainda vai me afetar de alguma forma... Também andei odiando qualquer pessoa que usa camisa rosa. É que ainda acho que fica mais bonita em você. Ultimamente não escuto Titãs. Também não ando bebendo muito e volto pra casa cedo. Tô aprendendo alguns modelos de carro também, caso precise no futuro.

Eu não sei o que fazer nesse inverno... Qualquer coisa anda me causando tédio.. 
Posso pular os Domingos de manhã da minha agenda?

terça-feira, 15 de julho de 2014

Fim ou o começo do poço?

Em reunião de família sempre rola aquela certeza de que você pode melar o dia da galera se der vexame, ou fazer todo mundo feliz com sua versão alterada e engraçada. O problema do álcool é que, às vezes, rola aquela necessidade incontrolável de tentar se encontrar de uma forma melhor através da bebida. E isso traz a tona aquela solidão que fica escondidinha dentro do seu peito e que aparece sorrateiramente quando você menos quer ou quando faz menos sentido ela dar o ar da graça. Solidão essa que seria aceitável num domingo a tarde chuvoso, ou na volta pra casa num dia da semana qualquer de cansaço e necessidade de um abraço ou qualquer demonstração de afeição. Não. Ela aparece num feriado, quando seus sobrinhos correm pra lá e pra cá, seu irmão tá do seu lado apertando sua barriga, enquanto o outro dá um tapinha no seu bumbum pra relembrar a época em que as cinco crianças moravam debaixo do mesmo teto, além de ter suas cunhadas cercando a mesa... e você tá lá, só vendo tudo passar. 
Quando a gente tá com medo, nosso instinto de afogar aquele sentimento angustiante numa garrafa de cerveja fala mais alto. Mesmo sabendo que todos estão em casa e que a probabilidade de bater com a língua nos dentes é grande, a gente arrisca.

Ao invés de cair da cadeira, derrubar alguma coisa ou rir desesperadamente pra qualquer coisinha babaca que acontece, o tiro sai pela culatra e o efeito colateral da mistura entre seu medo e o álcool é o efeito que você mais queria evitar (porque sabe o tamanho da vergonha que vem com ele): o choro. Não tô dizendo de um choro contido, ou uma lágrima que rola no canto do olho e a gente passa rapidamente a manga da blusa pra tirar logo aquele rastro da bochecha. Até porque pra minha infelicidade maior não tava frio o suficiente pra usar blusa de manga. Eu tô falando de choro mesmo. Aquele que te estremece e faz seus ombros descerem e subirem incontrolavelmente. Aquele que não dá pra disfarçar nem se você quiser. Segundos depois e seu irmão mais novo, o mais velho e a mãe tão do seu lado. Um sentado na sua frente te olhando com cara de dó, o outro te abraçando e sua mãe com os braços cruzados do seu lado. E você envergonhada, se sentindo nua e desamparada mesmo com tanta gente disposta a ajudar no que fosse possível.

Não vamos falar sobre o motivo. Bola pra frente, que a vida continua. Dia seguinte a gente chama a amiga pra tomar uma cervejinha e aquela pontinha de solidão reaparece minutos depois de ter pedido a primeira cerveja. Letras garrafais estampam uma faixa na frente do bar dizendo que é open bar. De alcool e churrasco. Uma parte de você justifica a atitude de tacar o 'foda-se' e beber novamente porque você merece. A outra parte te olha incrédula, crente de que sabe que aquilo não é exatamente o que você quer. Não é aquilo que você precisa. Seis horas depois e você tá voltando pra casa, sem conseguir distinguir direito o que é pé esquerdo e o que é pé direito. Aí a gente entra no ônibus e coloca os fones de ouvido. Playlist no modo aleatório. E logo a musica que você devia ter evitado começa a ecoar nos seus ouvidos, te fazendo pensar em tudo o que você havia ignorado a tarde toda. Sabe aquele choro não contido no dia anterior? Lá está ele novamente. Te fazendo balançar na cadeira em frente ao cobrador, que te olha com olhar de compaixão. E se não bastasse, cada vez que você respira fundo e acha que aquilo vai passar, a tempestade de lágrimas te traz ainda mais pro fundo do poço, te fazendo perceber que não, você não é sempre forte.

Como é que a gente chegou a esse ponto? Como é que a gente sai desse ponto?

domingo, 13 de julho de 2014

A Copa das Copas

Foi o melhor mês da minha vida.

Meus descendentes ouvirão sobre a experiência de ter recebido a Copa das Copas no nosso país. Vou contar que antes era #naovaitercopa, mas que logo a gente virou a história pra usar na legenda de todas as fotos que #tatendocopa - deixemos os hipócritas de lado. Vou contar dos amigos de bar, churrasco e ressaca que eu fiz (tô brincando, pai). Vou contar que falei mais inglês nesse mês do que já tinha falado em toda a minha vida de estudos (mais ou menos isso ai). Vou contar que eu bebi, ri e me diverti muito (com moderação, do jeito que você me ensinou, mãe!). Vou contar também que vi times grandes caírem de forma vergonhosa na fase de grupos mas também contarei como nosso Brasil - que tomou uma goleada histórica, fazer o quê - caiu só nas semifinais. Vou contar pra eles que nossos ancestrais vieram da Alemanha e que, além desse país fazer parte da nossa árvore genealógica, o time da Alemanha conquistou o Tetracampeonato na Copa das Copas e meu o coração no processo (Poldi, seu lindo).

Mas antes de contar pra eles, vou contar pra vocês que eu já sinto falta da Copa e disso tudo (idaí que faz um dia só que eu não ouço o "oêêaa"?). Vou sentir falta de perder uns minutinhos do meu expediente expiando os jogos, de ver todo mundo marcando o próximo rolê pra ver o Brasil jogar ou pra secar o rival, de correr pra Vila Madalena pra conhecer gente nova e dar risada com a galera, de xingar árbitro, jogador rival e comentarista idiota (pai, xinguei pouco, juro), das cervejas (pai, foram poucas), discussões acaloradas e sotaque de gringo (ou de falso gringo, né bonitões?), sempre nas melhores companhias :)

Digo adeus à Copa das Copas, mas digo até logo à Copa do Mundo. Porque em 2018 tamo junto na Rússia, Brasil sil sil.

PS: Além disso tudo, também vou contar que na última semana de copa meu siso inflamou e eu passei na essa ultima semana da felicidade de molho em casa, porque tava impossibilitada de dar risada e falar como uma pessoa normal - quem dirá tomar uma breja marota (uma só, papito) com o pessoal. Mas que faz parte e a tia/mãe/vó tá viva pra contar a história, criançada..









domingo, 1 de junho de 2014

Cássia Lima.

"Tá tudo bem? Marcou o médico? Não bebe muito! Tá ligada no noticiário? Você tá chorando? Quer que eu te encontre? Você marcou MESMO o médico? Eu vou aí arrancar seus cabelos se você não for ao médico! Fala baixo comigo que eu não sou tuas negas! Tá discutindo por quê? Já parou de mimimi? HAHAHAHAHHA vaca! Eu disse pra não fazer isso! Você já apagou aquela foto, aquela musica, aquela mensagem, aquela pessoa? Odeio o quanto você me conhece! Para de chorar! Eu vou dar na sua cara de continuar com essa conversa, neguinha! Eu tô muito chata? Ainda me ama? Quer o sermão agora ou depois? Você vai sair esse fds? Não quero ir, não sou simpática igual você.. Não quero saber de nada! Vamos esse fds? Não vamos mais esse fds! Eu vou. Não, eu ia. Não vou mais! Velha é sua irmã (brincadeira, Deh). Você devia ouvir mais sua mãe. Você devia me ouvir mais. Cala a boca, babaca. Ninha, eu te amo".

Cá,
Isso aqui normalmente não é usado pra isso. Apesar de não ser o Estadão (conforme foi no meu niver), é um lugar importante o suficiente pra nós duas, acredito eu. Obrigada pela paciência, companheirismo, amizade e amor durante esses vinte e dois (quase) anos, vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, trinta (e um) dias no mês. Podemos divergir em inúmeras opiniões, mas o respeito e consideração que temos uma pela outra supera qualquer "vai tomar ..." que possa surgir mil vezes durante nossos dias. Qualquer xingamento, estupidez e falta de tato são provas de que te amo o suficiente pra ser quem eu realmente sou, sem temer represarias. 

Todos que convivem com você são felizes por você existir. Todos nós precisamos de alguém que precise de nós: seja pra compartilhar risadas, bobeiras, brincadeiras, confissões.. e eu preciso de você pra que meus dias sejam completos!

Se eu pudesse resumir o significado de amizade pra mim, em uma palavra, essa palavra seria seu nome.

Eu amo você!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cavalheirismo?! Uma critica à quem folga demais nos relacionamentos...

Me diga. Como é possível um homem escrever algo pela perspectiva de uma mulher? Pois é, parece então que esse o site Entenda os Homens só tem escritor ninja.

Teria dado mais credibilidade pro texto se o senhor Hugo Rodrigues, tivesse me dito que essas impressões foram tiradas de uma conversa com uma amiga, namorada, irmã ou qualquer ser do sexo feminino por meio de uma conversa sincera e despretensiosa. Se esse foi o caso, me passe o contato da criança pra eu sentar com ela e explicar direito que algumas atitudes que ela julga ser "cavalheirismo" são na verdade a parte do machismo que lhe convém.




Ok, sem pedras e paus na mão. Meu ponto de vista sobre algumas partes do texto Um Homem Visto por uma Mulher:

1 - "Homens têm que chegar no horário e esperar sem reclamar [...]".
Como uma mulher crescida no século XXI, eu venho por meio deste singelo post pedir perdão aos homens que leem isso aqui por essa falta de respeito, logo de cara. Não, você não tem que chegar no horário e esperar sem reclamar. Ninguém na vida merece isso. Eu não sou das mais pontuais, eu sei. Mas eu sei que atraso dão nos nervos. E se você sempre atrasa e faz seu homem ficar te esperando, isso ainda vai findar em briga. E nesse caso, fia, tô do lado do seu boy.

2  "Homem tem que andar do lado de fora da calçada e nos levar em casa sempre. Seja de carro, moto, ônibus, taxi ou a pé. Mas é importante nos levar no portão, assim, por tradição clichê, sabe? As mulheres evoluíram, eu sei. Mas o cavalheirismo não saiu da moda não. E pelo que ando lendo por aí, nunca sairá"
Essa parte aqui vai entrar num problema pessoal meu: eu tenho TOC. Daqueles estranhos, que qualquer pessoa acha meio esquisito quando conto que tenho. Eu sempre fico do lado direito do homem. Não importa de que lado a rua está, eu fico do lado direito do homem e minha referência é ele. Então vai calhar sim de você ficar do lado de fora da calçada, mas se a rua estiver à minha direita, quem vai ficar do lado de fora sou eu. E não, eu não faria você me levar em casa todas as vezes, eu moro longe pra burro e isso desgastaria qualquer relacionamento e levaria pro saco qualquer resto de paciência que ainda lhe restasse. Sendo assim, podemos nos despedir num ponto que fique no meio do caminho pros dois. Sem choro e estresses. Sem essa história de que isso não seria cavalheirismo. Isso não tem nada a ver com cavalheirismo. Isso é "não ser folgada". Pronto, falei.

3 - "Homem tem que ser atencioso, seja para perceber que cortamos dois dedos do cabelo..."
Filha. Dois dedos do cabelo. Dois. Nem eu percebo quando eu mesma tiro dois dedos do meu próprio cabelo. Sempre fico com a impressão de que não cortei nada. Não queira que seu homem tenha a atenção de uma mulher, isso não faz parte da essência dele. Eu aposto que ele vai dizer que você tá linda sempre. Mas não exija que ele perceba nem o que a gente não percebe.

4 -"...Mas saiba declamar Fernando Pessoa ao pé do meu ouvido como se você mesmo tivesse escrito aqueles versos pensando em mim".
Não vamos generalizar, nem todos os homens nasceram poetas, vulgo poetas ou aspirantes à poetas. Tem aqueles com perfil mais grotesco, que não declama Fernando Pessoa mas que pode ser capaz de dizer coisas muito mais sinceras só com um olhar. Generalizar é coisa de gente burra. Não faço questão que declame nada pra mim. Faço questão de originalidade, autenticidade e simplicidade. Eu já disse aqui e repito: prefiro muito mais um "eu gosto tanto de você" ou qualquer outra frase que seja simples e clichê mas que venha do coração do que um texto decorado só pra eu achar que você é poeta, vulgo poeta ou aspirante à poeta. O simples é lindo.

5 - "...Como próprio nome já diz, presentes são para fazer presença. Então, cada vez mais que eu fizer presença em tua vida, saberei que faço parte dos teus dias, também".
Eu confesso que mulher gosta de surpresas. Mas não gostei da parte do 'cada vez mais que eu fizer presença em tua vida, saberei que faço parte dos teus dias, também'. Não precisa me dar presentes só pra eu saber que tô na sua vida e que você pensa em mim durante o dia. Uma mensagem fora de hora pode ser tão eficaz quanto uma caixinha de bombom ou qualquer coisa que tenha custado alguns centavos. Um telefonema também. O link de uma música com uma letra fofa que no fim só tem significado pra nós dois e mais ninguém, nem se fala. Não me compre presentes. Seja você meu presente de todos os dias. E não venham com essa falsa ilusão de que se o cara parou pra comprar uma coisa pra você no caminho de volta pra casa, é porque o afeto dele é mais genuíno por não ter medido tantos esforços do jeito que o cara das mensagens e telefonemas faz. Ele pode ter um estoque de bombom na gaveta e você pode não ser a única que ganha. Just saying, honey...

6 - "Em dias nublados, homens têm que sair com casacos mesmo que não esteja sentindo frio. Hormonalmente, mulheres sentem mais frios do que os homens, então o seu casaco extra será importante nesses momentos".
Meu amor, só saia com blusa de casa se você achar que vai usar mesmo. Eu sei quão desconfortável é ficar segurando uma blusa o dia todo, pra lá e pra cá. Se eu achar que preciso de blusa por qualquer diferença hormonal que eu tenha, quem vai levar meu casaco sou eu. E essa frase é tão ridícula que me arrancou boas gargalhadas. De onde é que essa criança tirou esse homem, minha gente?! Certeza que ele já tá de saco cheio dela.

Amigas lindas desse meu Brasil varonil: vamos analisar melhor nosso comportamento nos relacionamentos. Como podemos exigir 100% do outro quando não conseguimos doar nem 100% de nós pra nós mesmas? 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Balada = #1 time.

A primeira vez na balada a gente nunca esquece. Aposto que você também tem uma amiga que, quando convida pra fazer algo, vem com aquela história de "vou não, quero não, posso não, minha velhice precoce não deixa não". E eu, acreditem ou não, era quem tinha essa desculpa como lema de vida social. Se fosse pra comer cachorro quente, eu ia. Pegar um cinema, eu ia. Mas quando vinha aquela historia de "ah, barzinho, dançar, musica alta e derivados" eu já pulava fora e inventava uma desculpa... Até que...

Era uma sexta-feira e o martelo já tinha sido batido: vamos passar o final de semana na praia, juntas. "Ah, tá tudo numa boa! Vai acontecer nada! Três amigas naquela fase de fazer promessas de vamos-ser-amigas-pra-vida-toda... Nada pode fugir dos meus planos".

Primeiro dia: compras, karaokê, festinha no apê. Tranquilo. Lindo. Maravilhoso.
Segundo dia: péra, que historia é essa de sair? A gente tá mesmo ligando pra uma baladinha pra checar quanto paga pra entrar? Pera aí, balada? Não querem ir tomar um suco? Comer temaki? Andar na beira da..." Tá. Balada. Balada. Música.. Pera, passa a caipirinha aí, por favor!

00h, salto alto, maquiagem e a única coisa que eu lembro de ter decorado: porradinha (if u know what i mean)...

Saldo oficial da noite: depois de ter sido salva pela amiga com um refrigerante divino que caiu como uma luva num momento em que meu cerebelo já não tava dando conta de nada e de uma temakeria no piso de baixo da balada que salvou a vida de quem não sabe dançar nada além de joguinho do Kinect, ainda esquecemos um amiguinho que tava no porta-malas – desculpem, não nos julguem, não cabia nem uma pena sentada do nosso lado no banco de trás – que foi embora revoltado a pé ao invés de nos chamar quando trancamos o carro com ele dentro e entramos no Mc Donald’s às 5am. Vacilão.