quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Timing

Precisei compartilhar:


Deitada na cama, mirando o relógio tiquetaqueando sobre a prateleira logo a frente me pego a pensar um pouco sobre a imensidão de possibilidades que envolvem cada segundo que move o ponteiro daquele objeto. Mais precisamente, penso sobre timing.

A definição de timing seria mais ou menos como ter o seu momento, cada coisa em seu devido lugar, no seu preciso espaço de tempo. A base do timing é o livre arbítrio, e como não poderia deixar de ser, cada um tem o seu e faz dele o que bem entende. E se existe uma coisa na vida que não tem como moldar é o poder de escolha do outro.

Somos feitos de um barro único. Cada pessoa no mundo tem sua carga de medos, receios e a bagagem mais pesada que existe: expectativas. E o engraçado disso tudo é que expectativa é uma coisa tão nossa, fruto de vontades tão individuais que a gente teima em cometer um erro gravíssimo, que é justamente depositar sobre os ombros alheios desejos que são muito pessoais. Daí a gente começa a cobrar, exigir, demandar atitudes que na maioria das vezes o outro simplesmente não está preparado para corresponder.

Na vida a gente vem por um caminho, o outro vem por um diferente. Os dois podem ter chegado a uma mesma trincheira, numa mesma volta do relógio, mas se você veio por um atalho no bosque e o outro por uma longa estrada no deserto, isso muda completamente a forma como ambas as partes decidem continuar a trajetória. Mas entender o tempo do outro e ter paciência suficiente para esperar aquele momento precioso em que os dois estão pisando com o mesmo pé, com a mesma força, na areia da mesma praia, é um esforço quase tão difícil quanto entender que amar alguém não necessariamente implica em ser amado de volta. A base da compreensão do timing é a mesma do amor: nada na vida é barganha. Não dá pra querer pelo outro.

Então não interessa se vocês namoram há 10 anos, 7 meses, 2 dias e 14 horas. Não interessa se você deixou de ir a chás de panela para marcar presença em chás de bebê. Não interessa se o tempo está passando e você sente necessidade de algo mais para preencher o buraco que a expectativa criou. Se ele/ela ainda não se sente preparado para morar junto, noivar, casar, ter um filho que seja, nada no mundo será capaz de fazê-lo mudar de ideia.

A mesma história fica evidente quando a gente conhece uma pessoa legal que por algum motivo age como um completo idiota. Acredito firmemente que existe uma grande diferença entre pessoas sem caráter e pessoas com passado. Infelizmente (ou não) aquela história de “seu passado te condena” é a mais pura verdade. O que somos hoje, é fruto e reflexo direto de todas as experiências boas e ruins que já vivemos na vida. Então não adianta querer um relacionamento sério com um cara que acabou de terminar um namoro de anos. Ele, assim como todo mundo, precisa de um tempo para processar certas perdas, recolocar as roupas velhas no guarda-roupa e abrir as janelas do coração outra vez. Da mesma forma, não adianta querer convencer uma mocinha que teve seus sentimentos drasticamente negligenciados por alguém a se entregar tão prontamente ao amor novamente. Cada pessoa tem seu próprio tempo de cura, cada um sabe quando é tempo de dar mais um passo adiante ou quando é hora de parar e esperar uma brisa mais agradável para proceder com a caminhada. O seu timing pode não ser o do outro.

Ou a gente aceita, coloca um banquinho do lado da porta e espera o outro entrar, feliz e satisfeito com isso. Ou a gente aceita, coloca um banquinho do lado da porta e deixa o outro sair, igualmente feliz e satisfeito com isso.

Expectativa é bom até o limite em que ela ultrapassa as gostosas borboletas no estômago para virar caraminholas na cabeça. Melhor do que ter sonhos com alguém, é saber que esse alguém tem os mesmos sonhos com você porque ele simplesmente assim deseja e não por uma mera convenção social.

O relógio sob a prateleira, ruidosamente caminhando pela casa dos segundos, me fez entender que assim como as pessoas, o ponteiro tem o tempo certo de correr pelos minutos. Paciência para que os relógios parados comecem a se mover, para que os ponteiros se afinem, para que o tiquetaque da vida seja agradavelmente o mesmo. Ou simplesmente coragem, para abandonar o velho relógio de prateleira e deixar que o primeiro raiar de sol nos diga quando é hora de acordar.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Versão completa...

2012 está acabando e acho válido expressar publicamente minha opinião sobre esses últimos 353 dias: foi um ano único e incrível! Claro, tudo na vida tem seu lado ruim vez ou outra, mas vô te contar que as boas superaram qualquer dificuldade, tristeza, decepção ou frustração. 

Mudei muito como filha, amiga, irmã... Além das circunstâncias da vida, algumas pessoas me ajudaram nessa mudança. Confesso que, assim como tudo, algumas mudanças não foram assim tão boas. Muitas pessoas não aprovaram algumas coisas, outras não se acostumaram com a nova Ana, outras acreditam que eu esteja passando por uma fase ruim (ou boa demais). Mas não. São mudanças psicológicas e físicas que ficarão aqui para sempre.

Não me arrependo de nada que fiz (ou deixei de fazer) durante esse ano. Costumo reclamar de que poderia ter feito tudo diferente e sim, poderia mesmo, mas não fiz. E não me arrependo (as I said). Minhas escolhas trazem consequências boas e ruins, e tudo o que aconteceu de ruim foi, em algumas partes, culpa exclusiva minha. Eu aceitei tudo e usei isso como aprendizado.  

Peço minhas sinceras desculpas, se decepcionei ou entristeci alguém e se meu nível de chatice ultrapassou os limites do bom senso! É que essas coisas acontecem durante o amadurecimento.. É tudo bem difícil de lidar, de processar... Sei que minha grosseria atingiu níveis incomparáveis e, algumas vezes, até eu não me aguentava, quem dirá quem convivia comigo.

Esse ano também me apaixonei. Por amigos, por mim mesma, pela minha família... Várias e várias vezes. E foi bom! 

Pra resumir e acabar com a ladainha: além de único, 2012 foi recheado de surpresas boas, novidades, de muitos adeus mas também de muitos olás, de aprendizado, crescimento e amadurecimento. Obrigada a todos que estiveram comigo, pela paciência e amor dedicados à mim! :D

E que venha 2013!

domingo, 9 de setembro de 2012

Sem envolvimento

"Quando o sujeito confessa que não deseja se envolver não é fraqueza, é cara de pau! Nas entrelinhas, ele tá dizendo o seguinte: terá que me agradar muito pra me conquistar. Ele lava as mãos para que você trabalhe dobrado pela relação. Ele apenas quer receber e  ser mimado. É o escravagismo do silêncio.
Abolição já!"

Fabrício Carpinejar

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Só tentando verbalizar um sentimento irrustido!


Have I found you, flightless bird?

Trecho de uma das músicas que mais gosto, quando tô na deprê. Antes de derramar o mundo de pensamentos que me atormentam nessas ultimas semanas, quero fazer uma pergunta que sei que ninguém tem uma resposta muito lógica pra ela: Por que sentimos prazer em ouvir musicas depressivas, quando já estamos num estado deprimente, sendo que essas músicas só farão com que nossa vontade de chorar aumente?! Só Jesus na causa...
Essa música tá no repeat já faz um bom tempo. Acho que tocou umas 7 vezes, depois que, bem relutante, resolvi deixar a Another Lonely Day de lado...

Não sou muito de falar sobre tristeza, ainda mais quando vem de dentro de mim. Porque é verdade quando todo mundo sai dizendo por aí que não conheço esse sentimento, porque tô sempre feliz. É verdade mesmo. Sou 90% do tempo bem feliz. Se meu amigo só me procura quando a namorada dele tá muito ocupada porque ela não sabe que ele conversa comigo, e quando eu mais preciso ele não está lá, eu também não dou a mínima. Se minha amiga desmarca comigo o jantar e faz check in junto de outra amiga no dia que ela disse que ia visitar a vó doente, eu não dou a mínima. Se quem costuma conversar comigo durante o dia some, porque está atarefado demais, eu continuo não dando a mínima. Mas deixa eu acordar num dia como hoje... E olha que eu sai, passei a tarde rindo e ajudando uma amiga, tentando ao máximo ser uma companhia agradável... Difícil não saber nem no que pensar.

Tô triste, mundo. Tô mesmo. Por quê?! Boa pergunta! Eu não sei. Não mesmo. Não sei porque estou triste, morrendo de vontade de chorar, e com preguiça de viver. É até pecado capital dizer uma coisa dessas quando não se está nem de TPM, mas é. É isso aí.

Acho que é um sentimento de impotência.. Não sei descrever bem. Cheguei aos 20 e tudo o que sonhava, não se realizou. Todos meus planos que eu tinha para 'agora', que eu fazia questão de escrever detalhadamente, todos os meus desejos e minhas vontades, não foram realizadas. Meus planos não foram colocados em prática. Algum deles por culpa minha, outros porque acho que Deus sabe que não seja a hora ainda, talvez. Não sei. Não entendo. Não sei se um dia vou entender, ou se a coisa só vai acontecer e minhas perguntas vão ser respondidas conforme a música for tocando. Realmente não sei. Disse que é uma sensação de impotência porque não sei o que fazer por mim. Uma amiga costuma dizer que "você, Ana Neri, sempre tem uma resposta pronta"! É verdade, eu tenho. Pros outros, não pra mim. Normalmente, não sempre, digo algo que deixa o outro lado melhor, sou otimista, penso no lado positivo, tento deixar os problemas mais leves, ver o melhor angulo deles, tentar transformar o ruim em mais-ou-menos-bom. Só que não funciona comigo... Até porque já tive alguns motivos para tal.
Acho que sinto falta de quem resolva o quebra-cabeça pra mim. Alguém que seja otimista, que pense no lado positivo, que tente deixar os problemas mais leves, que veja o melhor angulo de tudo, que tente transformar o ruim em mais-ou-menos-bom...

Dá uma vontade de dar um chacoalhão em quem vem com a ideia de girico de que "eu queria ser igual você, cara de pau, que não liga pros outros...". Fala sério! É igual diz a música do Titãs: "cada um sabe a alegria e a dor que trás no coração"... Você quer meu lado bom e divertidinho, mas esqueceu que junto vem o lado ruim, estragado, desconcertado, solitário e inquieto...
Faço pinta de descarada, que não liga pra ninguém, nem pra opinião de ninguém e que tá tudo mil maravilhas. E é até nisso que acredito: se tá tudo uma grande porcaria, finge que tá bem que uma hora fica mesmo. É assim que vou vivendo. Sendo covarde comigo mesma. Me escondendo de mim mesma. Sendo falsa comigo mesma. Sou solitária, mas solitária de mim mesma. Não sei verbalizar direito o que eu ando fazendo comigo. E agora vem a parte mais covarde de todas: acredito que não posso mudar. Não que não tenha forças, é porque não quero mesmo. Tapar o Sol com a peneira pode ser mais cômodo. E quem é que não gosta de comodidade, certo?

Dá pra viver com uma tristeza assim. Que só vem de vez em quando, mesmo num dia ensolarado ou numa noite bonita de lua cheia. Acho que dá pra derramar uma ou duas (no máximo) lágrimas no travesseiro quando eu deitar e fechar os olhos, esperando que todas as culpas que eu carrego pelos outros, os medos, as frustrações, os problemas venham na minha mente... Dá pra deixar que escorra pela bochecha. Ou, se tiver um pouco de raiva misturada, eu passo o rosto na fronha e acabou. Passo a noite em claro, mas dali uns dois dias a falsa felicidade volta e eu consigo estocar um pouco mais de força pra próxima.

Tô precisando de uma luz divina. De sonhos novos, de planos, de vontades e desejos...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ê vida!

E um belo dia, você se vê dominada por uma infinidade de sentimentos indescritíveis. Alguns que fogem do seu controle, que você não costuma se permitir nunca, pois sempre soube que era a forma mais fácil de viver sem frustrações. Você se vê falando com quem nunca imaginou, ou discutindo sobre algo ridículo, ou se importando com coisas sem significado e até sem sentido.
Dá pra apertar o pause. Até porque a música toca de acordo com nossa vontade. Mas a questão é: você quer apertar o pause?
Sempre que encontra uma resposta, outras milhares de perguntas surgem. E você só vai prendendo mais ainda à situação...

Essa é a vida. Surpresas acontecem. Algumas delas conseguem te modificar. Fazem com que você reveja seus conceitos sobre tudo o que você já tinha certeza....

quarta-feira, 18 de abril de 2012

2º Semestre

Eu juro que eu achava que esse semestre ia ser mais fácil em relação às pessoas. Eu achava mesmo! Foi uma doce ilusão...
O primeiro semestre é café com leite. Sério. Nada que aconteça no seu 1º semestre da facul se igualará aos demais. Juro pra você, é fichinha por mais anormal que você ache que foi. Eu só tô no 2º e tá trash. De outro mundo. 100 vezes pior do que o primeiro. E acredito que vai ser assim sucessivamente. Só piorando...
A gente sempre acha que tá gostando das coisas/pessoas. Uma folha cai da árvore e a coisa muda. Parece o clima de São Paulo, calorzão 12h e friozão 23h. A afeição acaba do dia pra noite. A pouca importancia também.
No momento atual estou desmotivada, desanimada e com vontade de largar tudo. Eu nunca tive certeza se tinha escolhido o curso certo, agora então.. Tá só piorando.

Como eu faço pra arranjar paciência?!