terça-feira, 22 de setembro de 2015

Procurando meu Apê - Parte I

Vamos esclarecer algumas coisas sobre a decisão:
  1. gente, eu tenho (quase) 23 anos de idade e essas coisas acontecem;
  2. dividir apartamento com amigas não me categoriza como sendo ou não uma "moça de família". Na real isso aí é bem ultrapassado e o cu tem nada a ver com as calças, tá? 
  3. meus irmãos já tinham ido tocar a vida deles na minha idade. É o ciclo da vida (trilha do Rei Leão pra ajudar vocês na imaginação) e uma hora ou outra isso ia rolar;
  4. isso ajuda a amadurecer. É sempre bom :)
  5. Eu preciso abandonar alguns "medos" e isso também é parte desse processo;
  6. pronto, dada essa introdução do porquê sim e porque não, vamos agora acabar com esses itens e passar pra informações mais legais sobre isso tudo.
Primeiro de tudo eu precisava de alguém que topasse isso comigo. A Dani, linda que só ela, topou de imediato porque também acha que tá no mesmo momento de vida que eu. Resolvido isso, deu pra começar a pensar mais racionalmente.

Pra começar eu salvei nos favoritos mil sites de imboliárias, baixei aplicativos diversos, baixei paciência e até o espírito de independência que eu tanto precisava pra criar coragem de verdade e botar isso em prática. Depois, percebi que eu ia precisar me organizar (a forma como as coisas estão estrategicamente colocadas na minha mesa de trabalho - ou no meu guarda roupa - não me categoriza como sendo ou não organizada amigos, podem segurar essa crítica ai), então arranjei um caderno pra ter uma lista pra categorizar os apês - usando minha própria escala - em:
( ) quero morar aqui agora, meu Deus, onde eu assino?
( ) gostei sim, mas vamos ver outros pra ter certeza
( ) não gostei nem desgostei
( ) não gostei e já quero riscar esse da lista
( ) pelamor de Deus, quem conseguiria morar aqui???
- além disso eu também achei conveniente anotar na agenda do celular PLUS enviar invites para deixar nas nossas agendas do outlook (na minha e na da Dan). Aí pronto. Tava pronta pra começar a brincadeira...




Tem algumas coisas que precisaram ser levadas em consideração nesse processo:

  1. as pessoas mentem, disso todos nós já sabemos. Mas quando elas querem repassar algo rápido, elas mentem mais, então essa minha cara de ingênua não ajuda muito - apesar de que também não atrapalha quando os donos são senhores de idade que te acharam um amor;
  2. a cada 5 apartamentos, dois deles são muito piores do que o anunciado e outros dois são mais caros do que haviam dito;
  3. o labo bom disso tudo é que tá todo mundo desesperado pra alugar, então chorar é bom que o preço abaixa ou outras condições milagrosas aparecem, sério;
  4. não dá pra acreditar quando eles dizem "tem muuuuuita gente interessada moça, se eu fosse você, caso tenha gostado mesmo, já via pra dar entrada....", porque depois de um "então, é que eu vi um mais barato ali ó, bem em frente a esse aqui" eu vi pela expressão facial dos donos que eu posso sair ganhando na negociação porque, como eu disse, tá todo mundo desesperado pra alugar imóvel devido à crise.
  5. a Paulista é linda 
  6. quando as pessoas dizem "tem quarto de empregada" entenda: tem um cômodo de 2m² por 2m² que a gente soca uma cama aqui e chama de quarto. Não é, tá? Chega a ser desumano.
O primeiro apê que a gente viu era o típico caso do item 2 e 6, at the same time. Nos disseram que o apê tinha 4 quartos, sendo um deles de empregada. Na real o apê tinha 2 quartos e um cubículo. Era literalmente um cubiculo. Tem cachorrinhos que dormem em lugares mais espaçosos que aquele. Sem condições jogar alguém ali, não cabia uma cama, quiça uma cama+guarda-roupa. O ponto positivo dele foi a localização: 15 minutos andando do trabalho, 5 minutos da Rebouças, 5 minutos da Teodoro, 5 minutos da Faria. Mão na roda. Mas tivemos que dar adeus. Na minha escala ele ficaria no "gostei sim, mas vamos ver outros pra ter certeza", SE o aluguel não fosse bem maior - porque afinal a divisão seria por 2 não por 4.

Não encontrei meu apartamento ainda. Mas já tem um na categoria "quero morar aqui agora, meu Deus, onde eu assino", Só não assinei porque ele é caro e eu sou pobre. Mas eu conto depois como é que eu ando no search! Eu conto mais pra frente porque agora eu tenho mesmo que tentar entender uma Macro que tá me prendendo há quase 2 dias cheios.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Meu Dezembro

Ia intitular esse post de "inferno astral", mas como eu não acredito nessas coisas resolvi reinventar isso ai.

Aqui vão algumas coisas que eu tô precisando verbalizar pra amenizar a bad nostálgica com uma pitada de frustração que me pegaram hoje:

- Eu abri minha gaveta e achei uma carta (eu era dessas) que eu fiz pra mim mesma há quase 6 anos. De todas as minhas projeções que estavam lá, só uma deu certíssimo: o curso da faculdade. Nem melhores amigos, hobbies.. nada resistiu. Me desfiz do último hobby que poderia ter sobrevivido aos últimos 10 anos: o teclado. E hoje em dia meu melhor amigo da época é mais um conhecido que um amigo. Graças a Deus me conheço mais hoje que naquela época...

- Tem um vídeo que meu pai fez, no meu aniversário de 6 anos: morávamos em Manaus e eu estava conhecendo o filhinho recém nascido de uma amiga da minha mãe. E no vídeo eu falo que quero ter 40 filhos (Deus do céu) e casar com 18 anos (criança não sabe de nada mesmo). Nunca namorei e  planejo adotar uma criança. Como é que alguém casa com 18 anos, gente? Ainda bem que a gente cresce..

- Sempre fui muito precoce pra minha idade (ouvi isso tantas vezes da minha mãe que perdi as contas). Mas vou quebrar uns tabus: eu fui a primeira vez na balada aos 19 anos. Isso, 19. Você leu certo. Foi em uma viagem pro litoral. Não amei a balada, apesar de achar que eu ia me enfiar nessa pra nunca mais sair. Diferente da maioria das pessoas da minha idade, meu pique pra isso diminui a cada rolê que eu faço porque o que meu corpo já não aguentava antes, aguenta menos ainda hoje em dia. Nunca virei uma madrugada e fui trabalhar direto. Pra aumentar ainda teu espanto: nunca fui numa cervejada - sim, você leu isso mesmo.

- Eu não sei manter amizades a longo prazo. Eu tenho uns pouquissimos amigos que resistiram ao tempo, mas é porque eles me conhecem genuinamente e entendem de bom grado e coração aberto esse meu defeito. Sair com muita frequência, fazer declarações all the time e compartilhar cada detalhe da minha vida com os outros é difícil a longo prazo. Eu sou volátil (será que seria isso mesmo?) quando se trata de manter as pessoas no meu ciclo social diário. Toda vez que eu te disser "te amo pra sempre", não quer dizer que vou dormir na tua casa todo fds pra sempre ou planejar encontros corriqueiros pra sempre. Dá pra amar de longe. E não, eu não me orgulho disso. Só queria tentar me redimir pra algumas pessoas e queria que elas entendessem esse meu defeito de fábrica. Além de que é hard pra burro manter um assunto com amigo das antigas quando não se tem uma certa intimidade. Entendam: pra amar não precisa estar perto. Não me julguem, não é falta de carinho e eu sinto muito por essas e outras mancadas que dou diariamente...

- Como me tirar a paciência: "você não pode viajar com a gente porque é um rolê de casal". Juro que toda vez que eu ouço isso, parece que não, mas me dá preguiça de viver perto de vocês. Pronto, falei, to cagando pra vocês quando me vêm com essa e to cagando mais ainda pra esses rolês "só de casais" - mas ainda continuo amando todos =*

- Pessoas mais velhas não compreendem o quão indiferente é pra mim qualquer tipo de crise que elas tenham em relação ao "envelhecimento". Quanto menos eu me importo com isso melhor vou vivendo a vida. Fica a dica. Não me importo e provavelmente pouco vou me importar, seja com 25, 30, 40... Então sim, toda vez que você vier com "mas eu ja to com mimimimimi.." eu vou continuar virando os olhos e mandando você crescer.

- Ficar repetindo "vc só sabe fazer o básico na cozinha" não vai fazer com que eu me inscreva num curso de culinária avançada. Minha vó gosta do meu café e meu pai ama meu arroz, pronto, tá ótimo. Vou começar a me preocupar com isso quando tiver que morar sozinha, por hora, i really dont care e toda vez que alguém joga isso na minha cara como uma "lição de moral", entra por um ouvido e sai por outro. De verdade.

- Tinha medo de como seria/será minha vida profissional. Me disseram que meu trabalho, nessa fase da vida - recém formada - não seria nada do que eu planejava. Maior mentira. Amo pra caralho essa parte da minha vida (mesmo não sabendo se isso durará por muito tempo) e queria dizer que dá pra você amar seu trabalho aos 23 anos. Não me encontrei 100%, mas por hora é mais do que eu poderia pedir.

 - Uma das ultimas coisas que eu ouvi de alguém foi que eu sou  totally fucked up (sim, isso mesmo) quando o assunto é sobre como eu me viro com pessoas que eu tenho interesse. Tô procurando ainda um argumento pra desmistificar isso, mas ele ainda não existe. Reconhecer é o primeiro passo, né?

Nessas semanas que antecedem meu aniversário - chamada de Inferno Astral ou whatever - a unica coisa que eu consegui perceber é que a gente tenta muito se encaixar no perfil que é 'o certo'. Só que fica difícil quando você é um triângulo e o perfil desejado é um quadrado. Você tenta se equilibrar pra fazer as pessoas que convivem com você mais felizes, mas chega uma hora que não dá mais e a gente cai fora do quadrado desenhado. A pergunta que eu tô tentando responder é: vale a pena se equilibrar?