segunda-feira, 30 de abril de 2018

A crise da crise

Achei meu primeiro fio de cabelo branco.
Sim, achei.
Agora, com 25 - oficialmente.
Fui no banheiro do escritório, arranquei, virei pro meu chefe: É isso mesmo? É um cabelo branco? 
- Sim, parabéns, seu primeiro cabelo branco.
Era oficial e agora até meu chefe sabia.

Eu ainda sou jovem. Ainda rola uns jeans skinny, ainda passo alguns domingos na cama lamentando aquela tequila - a quarta, no caso - que tomei na noite anterior, comendo porcaria - ou botando elas pra fora.
Mas já vou embora mais cedo da balada. Como bem, senão fico mal humorada. Durmo cedo, pra não ficar um cocôzinho o resto do dia. Ou seja: eu já tô ficando velha, também.

O que se passou de primeiras vezes durante esses 25 anos?
- Beijei - e odiei da primeira vez, comecei e terminei a faculdade, comecei a trabalhar, fui morar em outro estado - sozinha -, tomei uns foras, quebrei uns corações, fiquei loira, morena, de cabelo comprido -, virei tia, comprei meu primeiro cigarro, dormi de conchinha, varei noite na balada, vomitei as tripas, gargalhei até chorar, briguei com várias pessoas, dei mancadas, aturei mancadas, amei, odiei, chorei...

Primeiras vezes são legais. In fact, a frase "qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez", ressoa inúmeras vezes na minha cabeça. Mas já fez algo pela segunda vez, que foi muito melhor que a primeira vez (eu sei que siiiim)? Então. 

Minha jornada até aqui foi muito significativa - e satisfatória. Mas eu me sinto muito em dívida comigo mesma em muitos aspectos. E eu acho que tudo bem, também. Porque tá tudo bem não estar tudo bem, às vezes. Tá tudo bem, mesmo. .



Tava pensando em muita coisa nessas últimas semanas. Talvez porque eu vou fazer algo pela primeira vez depois de muito tempo. Como, por exemplo:
- eu tenho mesmo que continuar amiga de gente que cresceu comigo mas que é um tremendo bocó nowadays?
Spoiler: NÃO!
Um quarto da minha vida se foi. Eu tenho contas pra pagar. Tenho gente - obrigatória por hora - pra aturar. Casamento pra ir. Sabe aqueles migos que largam os outros quando começam a namorar? Não deixa eles no primeiro time, substitui. Deixa no banco reserva. 
Valoriza quem toma chopp com você terça a noite depois de um dia de merda. Quem te dá um abracinho do nada quando você tá no auge da TPM querendo chorar. Quem te chama durante o dia e faz o símbolo de coraçãozinho só pra ver você rir. Esses aí tem que ser escalado logo de cara. 
Vamos criar umas memórias - com gente que merece essas memórias. E começa eliminando da lista (eliminar talvez seja too much, mas bota lá no fim da fila) todo mundo que te procura só quando precisa de ajuda (de ajudinha a ajudinha tu vai se tornando o ser que SÓ serve pra isso mesmo viu).

E tô indo lá, fazer várias coisas pela primeira vez - oi, CHILE - dar fim à várias outras coisas que não deveriam ter passado da primeira vez, resolver minha vida financeira, comprar um ouriço, alugar meu apê de novo, jogar um monte de coisa fora, emagrecer mais 8kgs....


Oi, sumida

- Oi sumida!
- Oi rs
- Tudo bem?
- Sim... você?
- Também! E aí, o que tá fazendo?

Block.

- E ai, sumida!
- Olá
- como vc vai? me esqueceu?
- eu vou indo bem.
- não quer saber como eu tô?
- não.

Block.

- E ai!
- Oi
- Vi sua foto e não resisti

Block.

- Oi sumida rsrs
duas horas depois: - Oi
- Quer beber uma cerveja?
- Não
- Você nunca quer
- Que bom que você percebeu.

Block.

- Oi sumida
- tu nem disfarça rs
- Gostei da foto

Block.

- Oi sumido
- e ai
- Como tá?

Block.

Tudo que vai, volta.