quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cavalheirismo?! Uma critica à quem folga demais nos relacionamentos...

Me diga. Como é possível um homem escrever algo pela perspectiva de uma mulher? Pois é, parece então que esse o site Entenda os Homens só tem escritor ninja.

Teria dado mais credibilidade pro texto se o senhor Hugo Rodrigues, tivesse me dito que essas impressões foram tiradas de uma conversa com uma amiga, namorada, irmã ou qualquer ser do sexo feminino por meio de uma conversa sincera e despretensiosa. Se esse foi o caso, me passe o contato da criança pra eu sentar com ela e explicar direito que algumas atitudes que ela julga ser "cavalheirismo" são na verdade a parte do machismo que lhe convém.




Ok, sem pedras e paus na mão. Meu ponto de vista sobre algumas partes do texto Um Homem Visto por uma Mulher:

1 - "Homens têm que chegar no horário e esperar sem reclamar [...]".
Como uma mulher crescida no século XXI, eu venho por meio deste singelo post pedir perdão aos homens que leem isso aqui por essa falta de respeito, logo de cara. Não, você não tem que chegar no horário e esperar sem reclamar. Ninguém na vida merece isso. Eu não sou das mais pontuais, eu sei. Mas eu sei que atraso dão nos nervos. E se você sempre atrasa e faz seu homem ficar te esperando, isso ainda vai findar em briga. E nesse caso, fia, tô do lado do seu boy.

2  "Homem tem que andar do lado de fora da calçada e nos levar em casa sempre. Seja de carro, moto, ônibus, taxi ou a pé. Mas é importante nos levar no portão, assim, por tradição clichê, sabe? As mulheres evoluíram, eu sei. Mas o cavalheirismo não saiu da moda não. E pelo que ando lendo por aí, nunca sairá"
Essa parte aqui vai entrar num problema pessoal meu: eu tenho TOC. Daqueles estranhos, que qualquer pessoa acha meio esquisito quando conto que tenho. Eu sempre fico do lado direito do homem. Não importa de que lado a rua está, eu fico do lado direito do homem e minha referência é ele. Então vai calhar sim de você ficar do lado de fora da calçada, mas se a rua estiver à minha direita, quem vai ficar do lado de fora sou eu. E não, eu não faria você me levar em casa todas as vezes, eu moro longe pra burro e isso desgastaria qualquer relacionamento e levaria pro saco qualquer resto de paciência que ainda lhe restasse. Sendo assim, podemos nos despedir num ponto que fique no meio do caminho pros dois. Sem choro e estresses. Sem essa história de que isso não seria cavalheirismo. Isso não tem nada a ver com cavalheirismo. Isso é "não ser folgada". Pronto, falei.

3 - "Homem tem que ser atencioso, seja para perceber que cortamos dois dedos do cabelo..."
Filha. Dois dedos do cabelo. Dois. Nem eu percebo quando eu mesma tiro dois dedos do meu próprio cabelo. Sempre fico com a impressão de que não cortei nada. Não queira que seu homem tenha a atenção de uma mulher, isso não faz parte da essência dele. Eu aposto que ele vai dizer que você tá linda sempre. Mas não exija que ele perceba nem o que a gente não percebe.

4 -"...Mas saiba declamar Fernando Pessoa ao pé do meu ouvido como se você mesmo tivesse escrito aqueles versos pensando em mim".
Não vamos generalizar, nem todos os homens nasceram poetas, vulgo poetas ou aspirantes à poetas. Tem aqueles com perfil mais grotesco, que não declama Fernando Pessoa mas que pode ser capaz de dizer coisas muito mais sinceras só com um olhar. Generalizar é coisa de gente burra. Não faço questão que declame nada pra mim. Faço questão de originalidade, autenticidade e simplicidade. Eu já disse aqui e repito: prefiro muito mais um "eu gosto tanto de você" ou qualquer outra frase que seja simples e clichê mas que venha do coração do que um texto decorado só pra eu achar que você é poeta, vulgo poeta ou aspirante à poeta. O simples é lindo.

5 - "...Como próprio nome já diz, presentes são para fazer presença. Então, cada vez mais que eu fizer presença em tua vida, saberei que faço parte dos teus dias, também".
Eu confesso que mulher gosta de surpresas. Mas não gostei da parte do 'cada vez mais que eu fizer presença em tua vida, saberei que faço parte dos teus dias, também'. Não precisa me dar presentes só pra eu saber que tô na sua vida e que você pensa em mim durante o dia. Uma mensagem fora de hora pode ser tão eficaz quanto uma caixinha de bombom ou qualquer coisa que tenha custado alguns centavos. Um telefonema também. O link de uma música com uma letra fofa que no fim só tem significado pra nós dois e mais ninguém, nem se fala. Não me compre presentes. Seja você meu presente de todos os dias. E não venham com essa falsa ilusão de que se o cara parou pra comprar uma coisa pra você no caminho de volta pra casa, é porque o afeto dele é mais genuíno por não ter medido tantos esforços do jeito que o cara das mensagens e telefonemas faz. Ele pode ter um estoque de bombom na gaveta e você pode não ser a única que ganha. Just saying, honey...

6 - "Em dias nublados, homens têm que sair com casacos mesmo que não esteja sentindo frio. Hormonalmente, mulheres sentem mais frios do que os homens, então o seu casaco extra será importante nesses momentos".
Meu amor, só saia com blusa de casa se você achar que vai usar mesmo. Eu sei quão desconfortável é ficar segurando uma blusa o dia todo, pra lá e pra cá. Se eu achar que preciso de blusa por qualquer diferença hormonal que eu tenha, quem vai levar meu casaco sou eu. E essa frase é tão ridícula que me arrancou boas gargalhadas. De onde é que essa criança tirou esse homem, minha gente?! Certeza que ele já tá de saco cheio dela.

Amigas lindas desse meu Brasil varonil: vamos analisar melhor nosso comportamento nos relacionamentos. Como podemos exigir 100% do outro quando não conseguimos doar nem 100% de nós pra nós mesmas? 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Balada = #1 time.

A primeira vez na balada a gente nunca esquece. Aposto que você também tem uma amiga que, quando convida pra fazer algo, vem com aquela história de "vou não, quero não, posso não, minha velhice precoce não deixa não". E eu, acreditem ou não, era quem tinha essa desculpa como lema de vida social. Se fosse pra comer cachorro quente, eu ia. Pegar um cinema, eu ia. Mas quando vinha aquela historia de "ah, barzinho, dançar, musica alta e derivados" eu já pulava fora e inventava uma desculpa... Até que...

Era uma sexta-feira e o martelo já tinha sido batido: vamos passar o final de semana na praia, juntas. "Ah, tá tudo numa boa! Vai acontecer nada! Três amigas naquela fase de fazer promessas de vamos-ser-amigas-pra-vida-toda... Nada pode fugir dos meus planos".

Primeiro dia: compras, karaokê, festinha no apê. Tranquilo. Lindo. Maravilhoso.
Segundo dia: péra, que historia é essa de sair? A gente tá mesmo ligando pra uma baladinha pra checar quanto paga pra entrar? Pera aí, balada? Não querem ir tomar um suco? Comer temaki? Andar na beira da..." Tá. Balada. Balada. Música.. Pera, passa a caipirinha aí, por favor!

00h, salto alto, maquiagem e a única coisa que eu lembro de ter decorado: porradinha (if u know what i mean)...

Saldo oficial da noite: depois de ter sido salva pela amiga com um refrigerante divino que caiu como uma luva num momento em que meu cerebelo já não tava dando conta de nada e de uma temakeria no piso de baixo da balada que salvou a vida de quem não sabe dançar nada além de joguinho do Kinect, ainda esquecemos um amiguinho que tava no porta-malas – desculpem, não nos julguem, não cabia nem uma pena sentada do nosso lado no banco de trás – que foi embora revoltado a pé ao invés de nos chamar quando trancamos o carro com ele dentro e entramos no Mc Donald’s às 5am. Vacilão.

sábado, 19 de abril de 2014

153 km de distância entre nós...

Se eu disser que penso em você logo que acordo, você vai fugir? Se eu disser que queria que seu rosto fosse a primeira coisa que eu vejo quando abro os olhos, você me acharia exagerada? Ok, tenho uma tendência, às vezes, de aumentar um pouco as coisas, mas com você eu sinto que posso ser eu. Aumentando as coisas ou não. Exagerando ou não.

Se eu disser que se você me fizer cócegas eu vou te morder, você vai correr? Se você não correr, promete que vai fazer cócegas mesmo assim?  E se você vier brincar de lutinha e eu ganhar, promete que não vai se sentir menos homem por isso e ainda assim vai me prender num abraço, mesmo quando eu tiver rindo de você e da sua derrota?
Se eu brincar com sua buchecha, quantas vezes você vai me mandar parar? Se eu me fingir de surda promete me fazer parar à base de beijos?



Quando formos assistir filme no sofá, deixa eu ficar te olhando e rindo toda vez que você me mandar parar? Deixa eu bagunçar seu cabelo? Posso aproveitar e fazer mil perguntas sobre o filme que seriam esclarecidas se eu calasse a boca e prestasse atenção? Se eu bagunçar mil vezes o seu cabelo no processo, você ia rir do quão infantil eu posso ser? E se eu me comportar como uma criança hiperativa de vez em quando, você vai entender que é por culpa da felicidade que eu sinto por ter você?

Posso chegar antes do horário marcado e te ligar dizendo que você é atrasado? Se eu pisar no seu pé enquanto dançamos você me perdoa? Se eu derramar o copo de cerveja todo em cima de você, jura que não vai brigar comigo? Se eu derrubar de novo, você promete que não briga de novo? Se eu merecer levar uma bronca, você promete que se encarrega de não deixar ninguém mais me dar a bronca além de você? E se eu rir na hora errada, você vai fazer cara de que não me conhece enquanto segura minha mão?

Ah, se um dia estivermos só a alguns centimetros de distância ao inves de 153km, deixa eu fazer tudo isso que eu acabei de dizer?

domingo, 13 de abril de 2014

Amor.. Não, péra.

Graças a Deus, eu sou (na maioria das vezes), uma pessoa bem racional. Eu falo 'eu te amo' a torto e à direita pros meus amigos do coração, toda hora, sempre. Mas não jogo essa frase ao vento quando o assunto é amor entre duas pessoas que estão em um relacionamento (entrando ou começando um).

Ok, eu não tenho moral nenhuma quando o assunto é falar sobre relacionamentos. Ou até tenho, justamente por nunca ter tido um relacionamento efetivamente. Mas eu não preciso provar jiló pra saber que o gosto é ruim (eu ia usar outra analogia, obviamente, mas achei que ficaria insensível demais hahahha).

Eu vejo frequentemente no meu facebook casais extremamente apaixonados um pelo outro. Inúmeras declarações de amor capazes até de arrancar uma lagrimazinha da megera aqui. Mas aí eu vejo que tudo não passa de uma máscara pra manter essa ditadura da felicidade imposta pelas redes sociais. Por que eu acho isso? Porque esses mesmos casaizinhos felizes e apaixonados como nos contos de fadas, terminam o namoro (aquele mesmo namoro que estava quase chegando no casamento) e depois de uma semana estão amando tão ardentemente e incondicionalmente a(o) substituta (o) do namoro anterior. Aí o que acontece? As fotos do passado são apagadas e os albuns se enchem de novas fotos com novas declarações de amor pra nova peça do xadrez.


Sim, peça do xadrez. Ok, pode continuar me achando uma megera sem coração e recalcada que fala desse jeito porque não tem ninguém a quem amar. Mas cá entre nós. Antes não amar ninguém que ser facilmente trocada e substituída em questão de semanas.

Eu acho sim que namoro é coisa muito séria. Dizer "eu te amo" é mais sério ainda. Não tem como você começar um namoro e depois de um mês dizer que ama a pessoa. Eu acho sim, que isso até seja possível se você namora alguém que antes de tudo já era seu amigo. Amigos se amam e amigos se conhecem. Melhores amigos então, nem se fala. Mas, se esse não é o caso, como é que você pode amar alguém que você nem sequer conhece os defeitos ainda?! Dá mesmo pra amar assim, rápido e fácil? E desamar? Dá pra desamar o ex assim, tão fácil? Na minha humilde opinião de vulgo megera, eu acho que você, na verdade, nunca amou de verdade. O sentimento não passou do estágio "paixão". Não evolui. Ele regrediu. Por isso vocês terminaram. Por isso não deu certo. Paixão que cresce vira amor. Paixão que regride vira nada. E quando não vira "nada", vira impaciência, desgosto, tristeza, brigas, incompreensão, descaso...

Acho que a gente anda confundindo demais paixão e amor. Fase do encantamento com paixão ardente. Eu mesma confesso pro mundo: sou muito fácil de me apaixonar. Me apaixono fácil por sorrisos, discussões, gentilezas, companheirismo, abraços, por várias pessoas.. Me apaixono pela vida todos os dias.. Me apaixono por tantas coisas diferentes numa frequência absurda. Mas reconheço quando isso vira carinho, apenas. Paixão pré-amor é uma coisa mais séria. Conhecer seus sentimentos é crucial pra construção de um relacionamento sadio. Por isso mesmo que eu nunca construí nada. com ninguém. Porque achava que não seria capaz de dedicar meus sentimentos mais sinceros e porque nunca achei que o outro seria capaz de dedicar seus sentimentos mais sinceros à mim. 

E não importa o que você me diga. Términos são términos, independente do tipo de amor que estejamos falando. Um dos corações se quebrou porque o outro coração já tava saturado do sentimento que já não crescia mais. E não, você não deixa de amar alguém hoje e começa a amar alguém amanhã. O amor mesmo, amor genuíno, amor que transborda a gente, demora muito pra acontecer, pra nos encher e nos inundar. Nós só gritamos aos sete ventos um "eu te amo" quando esse amor já não cabe mais dentro da gente.

Sejamos maduros para entender a hora certa de dizer "eu te amo" à alguém (isso sem contar essas declarações que vem aos montes). Sejamos maduros também pra pintar uma imagem mais honesta nossa - e do nosso relacionamento - nas redes sociais. É muito mais lindo e reconfortante ouvir um "eu gosto tanto de você" ao invés de um "eu te amo" dito da boca pra fora.