quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Só tentando verbalizar um sentimento irrustido!


Have I found you, flightless bird?

Trecho de uma das músicas que mais gosto, quando tô na deprê. Antes de derramar o mundo de pensamentos que me atormentam nessas ultimas semanas, quero fazer uma pergunta que sei que ninguém tem uma resposta muito lógica pra ela: Por que sentimos prazer em ouvir musicas depressivas, quando já estamos num estado deprimente, sendo que essas músicas só farão com que nossa vontade de chorar aumente?! Só Jesus na causa...
Essa música tá no repeat já faz um bom tempo. Acho que tocou umas 7 vezes, depois que, bem relutante, resolvi deixar a Another Lonely Day de lado...

Não sou muito de falar sobre tristeza, ainda mais quando vem de dentro de mim. Porque é verdade quando todo mundo sai dizendo por aí que não conheço esse sentimento, porque tô sempre feliz. É verdade mesmo. Sou 90% do tempo bem feliz. Se meu amigo só me procura quando a namorada dele tá muito ocupada porque ela não sabe que ele conversa comigo, e quando eu mais preciso ele não está lá, eu também não dou a mínima. Se minha amiga desmarca comigo o jantar e faz check in junto de outra amiga no dia que ela disse que ia visitar a vó doente, eu não dou a mínima. Se quem costuma conversar comigo durante o dia some, porque está atarefado demais, eu continuo não dando a mínima. Mas deixa eu acordar num dia como hoje... E olha que eu sai, passei a tarde rindo e ajudando uma amiga, tentando ao máximo ser uma companhia agradável... Difícil não saber nem no que pensar.

Tô triste, mundo. Tô mesmo. Por quê?! Boa pergunta! Eu não sei. Não mesmo. Não sei porque estou triste, morrendo de vontade de chorar, e com preguiça de viver. É até pecado capital dizer uma coisa dessas quando não se está nem de TPM, mas é. É isso aí.

Acho que é um sentimento de impotência.. Não sei descrever bem. Cheguei aos 20 e tudo o que sonhava, não se realizou. Todos meus planos que eu tinha para 'agora', que eu fazia questão de escrever detalhadamente, todos os meus desejos e minhas vontades, não foram realizadas. Meus planos não foram colocados em prática. Algum deles por culpa minha, outros porque acho que Deus sabe que não seja a hora ainda, talvez. Não sei. Não entendo. Não sei se um dia vou entender, ou se a coisa só vai acontecer e minhas perguntas vão ser respondidas conforme a música for tocando. Realmente não sei. Disse que é uma sensação de impotência porque não sei o que fazer por mim. Uma amiga costuma dizer que "você, Ana Neri, sempre tem uma resposta pronta"! É verdade, eu tenho. Pros outros, não pra mim. Normalmente, não sempre, digo algo que deixa o outro lado melhor, sou otimista, penso no lado positivo, tento deixar os problemas mais leves, ver o melhor angulo deles, tentar transformar o ruim em mais-ou-menos-bom. Só que não funciona comigo... Até porque já tive alguns motivos para tal.
Acho que sinto falta de quem resolva o quebra-cabeça pra mim. Alguém que seja otimista, que pense no lado positivo, que tente deixar os problemas mais leves, que veja o melhor angulo de tudo, que tente transformar o ruim em mais-ou-menos-bom...

Dá uma vontade de dar um chacoalhão em quem vem com a ideia de girico de que "eu queria ser igual você, cara de pau, que não liga pros outros...". Fala sério! É igual diz a música do Titãs: "cada um sabe a alegria e a dor que trás no coração"... Você quer meu lado bom e divertidinho, mas esqueceu que junto vem o lado ruim, estragado, desconcertado, solitário e inquieto...
Faço pinta de descarada, que não liga pra ninguém, nem pra opinião de ninguém e que tá tudo mil maravilhas. E é até nisso que acredito: se tá tudo uma grande porcaria, finge que tá bem que uma hora fica mesmo. É assim que vou vivendo. Sendo covarde comigo mesma. Me escondendo de mim mesma. Sendo falsa comigo mesma. Sou solitária, mas solitária de mim mesma. Não sei verbalizar direito o que eu ando fazendo comigo. E agora vem a parte mais covarde de todas: acredito que não posso mudar. Não que não tenha forças, é porque não quero mesmo. Tapar o Sol com a peneira pode ser mais cômodo. E quem é que não gosta de comodidade, certo?

Dá pra viver com uma tristeza assim. Que só vem de vez em quando, mesmo num dia ensolarado ou numa noite bonita de lua cheia. Acho que dá pra derramar uma ou duas (no máximo) lágrimas no travesseiro quando eu deitar e fechar os olhos, esperando que todas as culpas que eu carrego pelos outros, os medos, as frustrações, os problemas venham na minha mente... Dá pra deixar que escorra pela bochecha. Ou, se tiver um pouco de raiva misturada, eu passo o rosto na fronha e acabou. Passo a noite em claro, mas dali uns dois dias a falsa felicidade volta e eu consigo estocar um pouco mais de força pra próxima.

Tô precisando de uma luz divina. De sonhos novos, de planos, de vontades e desejos...