terça-feira, 15 de março de 2016

E por falar em saudade...

Desde mais nova todo mundo que cresceu comigo, principalmente minha família, tinha certeza que cedo ou tarde eu seguiria minha vida fora de casa porque eles dizem que tenho "um espírito aventureiro" e super independente. Eu também achava isso.

Há quase 2 meses eu me mudei pro Rio de Janeiro - sozinha - pra trabalhar por um tempo. Eu já tinha comentado com algumas pessoas que viria fácil pra cá e eu até estava me candidatando pra algumas vagas.. E tem uma música bacana que diz: "be careful with what you wish for 'cause you just might get it". Bom, é verdade.

No começo eu fiquei empolgadoooona... Morar sozinha, aprender a me virar no Rio, dar a cara pra bater em vários sentidos... Até que a ficha foi caindo. Primeiro porque eu tive 2 dias pra me despedir de todos os meus amigos e minha família.
Aí eu entrei no avião, e enquanto ele ia subindo, eu via meu coração ficando...


Eu procuro sempre não falar com as pessoas por telefone ou áudio. Não consegui ainda ligar pro Gabs e dizer que a Iaquinha dele tá com saudade. Também não falei com meu pai. Liguei pra minha mãe só duas vezes. Uma só pro Eric, pra ver se ele estava bem. Nenhuma pros outros irmãos...

Nos meus últimos meses de Hay Group, eu raramente ia pra casa cedo. Raramente passava o fds todo dentro de casa... Eu tava sempre saindo, evitando "ficar parada", evitando "perder tempo". Quando a gente tá na nossa zona de conforto a gente não entende nada mesmo, né?

Perdi casamento de amiga, show do Maroon 5, aniversário do irmão... Não vejo mais os jogos com meu pai, quem dirá com o Eric. Não passo mais umas 2h antes de dormir ouvindo música e fofocando sobre tudo com o Junior. Não brinco de luta ou de "consquinha" com o Gabs. Não converso sobre meus medos, inseguranças ou coisas erradas que faço com minha mãe. Não reclamo por ciúmes com meu pai. Não brigo por qualquer coisinha com a Deh...

Sinto falta de marcar encontros em cima da hora com o And, de encontrar Mari, Dani e Ligiao na Paulista, de sentar em frente ao MASP e não dar a mínima pra nada, de ir pra casa da Juba a tarde e falar da vida...

As vezes eu durmo chorando. As vezes eu acordo chorando. As vezes eu tomo banho chorando. 

O que me conforta é saber que tá todo mundo bem. E eu quero que vocês, família, saibam que eu também tô bem. Amor é isso. Saudade, também. Ambos doem, às vezes. Mas uma hora tudo passa...

Dizem que crescer é isso, né? Deixar quem a gente ama "pra trás"...