domingo, 16 de fevereiro de 2014

É tudo uma questão de personalidade...

Uma vez eu escrevi sobre como eu sou em relação às minhas amizades. Recentemente escrevi também sobre como eu mudei e como estou vivendo atualmente. Eu vou juntar os dois assuntos num mesmo texto, como uma forma de explicação - não tentando me redimir de como ando agindo há um tempo, mas com intuito de que algumas pessoas entendam de uma forma melhor e pelo menos aceitem como eu vejo as coisas.

Eu cresci de uma forma muito desprendida de tudo. Morei em alguns lugares durante minha infância e isso refletiu positivamente (na minha opinião) na minha personalidade. Eu tenho uma facilidade - assumo que tenho, porque todos dizem que tenho - de me relacionar com as pessoas. Tanto no âmbito profissional quanto no âmbito pessoal. Só que eu não tenho a facilidade do apego, tenho a do desapego também. Talvez pelo fato de ser sempre a menina nova da sala, do bairro, da cidade e afins, eu tinha que me acostumar com mudanças. Mudanças boas e ruins. Me acostumar com novos amigos e sofrer com a distância e saudade dos antigos. Tive que me acostumar a ter novas pessoas na minha vida. Tive que aprender a me acostumar com a saudade. Hoje em dia ela me afeta pouquíssimo; acredito inclusive que eu tenha uma pequena 'necessidade' de ter pessoas diferentes na minha vida....

Quando eu voltei pra São Paulo, senti uma necessidade inconsciente, acredito eu, de criar laços. Quando fui para a sétima série, ficou decretado que não mudaria mais de escola até terminar o colegial, então meu ciclo social se resumia basicamente aos amigos do colégio (não contando com o pessoal da igreja). Passava
 o dia todo junto, dormia na casa de fulana, conversava no msn o dia todo, por horas afins. Mas foi só pisar fora de lá que eu automaticamente me acostumei com a ausência. E esse 'grude' exclusivo com algumas pessoas acabou na faculdade e vida profissional.

Depois do colégio, eu percebi que essa é a minha personalidade. Essa sou eu. Psicologicamente 'afetada' pela infância que eu tive - que já disse ter sido positiva e excepcional -, que me beneficiou com essa facilidade de apego e desapego. Isso não significa que eu não ame mais minhas amigas da escola, da faculdade, do trabalho... É só que eu mudo muito rápido. E procuro pessoas que estejam no mesmo momento que eu. Não significa que eu deixe pra sempre de lado quem eu dizia que amava. Eu ainda amo. Só não quero ficar grudada o tempo todo.

Antes eu aceitava fazer tudo (mesmo que não quisesse). Vamos lá? Vamos. Vamos ficar? Vamos. Vamos escolher xuxu? Vamos. Era assim. Hoje se eu não quero, não vou. Se eu não gosto, não faço. Se eu não quero falar, não falo. Respeitar os outros, é saber que cada um é de um jeito. Uns mudam mais rápido que outros. Uns amam de jeitos diferentes e esquisitos. Me aceitar assim é o ponto crucial de me ter na sua vida pra sempre.

Eu sou independente. Eu preciso de pessoas, mas não sou dependente de pessoas específicas. Não gosto de ir sozinha no médico, não gosto de passear no shopping sozinha, não gosto de ver filme de terror sozinha, não gosto de comer sozinha... Mas pra cada ocasião quero um amigo diferente. Tenho muitos amigos. É legal ter um especial pra cada ocasião. É legal amar todos de formas diferentes. É legal precisar de todos de formas diferentes.. Eu não amo mais um que o outro. Amo diferente. Quando li a frase "there're all kinds of love in the world but never the same love twice", percebi que alguém conseguiu verbalizar meus sentimentos e me resumir em uma frase.

Amizade é sinônimo de cumplicidade, de compreensão, de respeito e amor. Minhas manias e chatices são diferentes da sua. Mas meu amor é genuíno. Pode não ser o tipo de amor que você conhece. Mas é o amor que eu sinto e é o único amor que tenho pra oferecer. 

Sábado dos mortos-vivos.

É de madrugada que as coisas ficam mais sentimentais e a carência alheia fala mais alto.

"- Você.. É.. Não sente minha falta?
- Quem é?"

Já chegou o dia das bruxas e esqueceram de me contar? Por favor, né. Se enxerga. Eu, hein