segunda-feira, 11 de maio de 2009

Memories

Hoje eu não me sinto só. Faz um tempo que aprendi a não pensar mais em você. Posso afirmar, convicta, que isso me faz bem. Agora, ficar sentada olhando as estrelas não é motivo para tristezas, choros, saudades e lembranças. Eu sempre defendi a idéia de que felicidade não depende de outra pessoa. Agora, tenho convicção absoluta disso.

Confesso que, ainda me lembro, como se fosse hoje, do dia em que dançamos na chuva, em frente minha casa. Eu estava de moletom e rabo de cavalo, terminando uns trabalhos do colégio. Estava chovendo bastante, e junto do meu suposto trabalho, rodava um filme antigo, em preto e branco. Aqueles tipos de filme que você não gosta muito rs. Você havia me dito que estaria em casa, ajudando sua mãe com umas coisas. Perto das 21h30, você me telefonou, dizendo que havia ido ao mercado, e estava naquele exato momento, preso no trânsito que se formou em função da chuva. Obvio que, Chuva e São Paulo só resultariam em um trânsito caótico. Porém, passados exatos 7 minutos – eu te disse que me lembrava de detalhes – minha campainha toca. Você! Estava parado na minha porta, começando a ficar ensopado. Disse que tinha uma surpresa pra mim, e segurava uma rosa branca – minha flor preferida – em uma de suas mãos. Você me puxou pra fora de casa, eu relutei, mas como de costume, você venceu. Foi me puxando até o meio do jardim. Me deu a rosa, sem dizer uma palavra, me encaixou em seu abraço aconchegante, inclinou sua cabeça em cima da minha, e começamos a nos movimentar, lentamente, ali mesmo. Ambos de olhos fechados, com sorrisos singelos e sinceros. Ficamos lá por muito tempo... muito tempo mesmo, a ponto de ficarmos completamente encharcados. A chuva foi parando e você, ainda em silêncio, olhou nos meus olhos, beijou minha testa e minha mão, e foi embora. Acho que o que deixou aquele momento mais especial, foi o silêncio. Não consigo lembrar de nenhum outro dia em que eu pudesse estar tão feliz, do jeito que eu me senti naquele dia.. Se eu pudesse, teria congelado aquele momento, como uma foto, e ficar lá, pra sempre, abraçada junto a ti.
Agora, olhando essas estrelas, eu vejo que não importa o que for que aconteça, e não importa o tamanho da tristeza que sentimos, os momentos bons precisam ficar em nossas memórias. Se as jogarmos fora, como iremos sorrir, em momentos em que a alegria só vem das lembranças?
“No fim tudo da certo. Se ainda não deu certo, é porque ainda não chego o fim.”

­  ­ ­ ­  ­ ­ ­  ­ ­ ­  Por: Ana Paula Neri

2 comentários:

Débora disse...

que lindo...vou chorar...rs

Anônimo disse...

Não vou mentir, isso desencadeou em mim coisas que eu quero esquecer, mas que ficam a espreita, só esperando o momento de eu vacilar e então, tomar posse de mim.
Lindo... Momento incrivel, o teu e o meu.
E outras danças virão...