sábado, 30 de abril de 2016

A head full of mess

Tem milhões de coisas pra fazer e nenhuma vontade de fazê-las. Alguma quantidade considerável (mesmo mínima perto da outra rotina), mas nenhuma vontade de sair da cama. Várias coisas pra estudar, mas nenhuma vontade de pensar. Tinha a maior habilidade do universo de aumentar seu ciclo social, não importava a situação, mas hoje, não lembra nem como começar uma conversa com um estranho. Ver filme de terror já não dá mais medo, porque o medo agora já tinha tomado proporções e se transferido pra outras coisas mais palpáveis.

Qualquer um que vê, não tem ideia de 10% do que realmente se passa. Sorriso sempre na cara, piada sempre saindo nos momentos mais propícios, postura totalmente relaxada. Mas a cabeça tá sempre tentando reorganizar as coisas, encaixar peças e clarear a escuridão de dentro. E isso é exaustivo. Toda vez que tenta seguir conselhos, tudo parece mais sem sentido ainda e eles só vão entrando por um ouvido e saindo pelo outro, quase sempre com olhos marejados de lágrimas. 



Mas por que isso? Tudo estava tão bem planejado no começo. Tudo o que queria botar em prática, tudo o que pretendia arrumar, todas as mudanças que viriam pra melhorar a vida.. Agora tudo só parece um filme passando numa grande TV.  Acho que dá até pra comparar com o sentimento de luto porque é difícil se afastar de quem sempre foi tão presente e importante nas nossas transformações pessoais e conquistas diárias. Ou até mesmo de quem só divide um copo de cerveja com a gente despretensiosamente, porque o velho é confortável e aconchegante, e pessoas que não te conhecem de verdade nunca vão conseguir te fazer sentir em casa.

Queria só descansar minha cabeça no colo de alguém quando eu tiver pra baixo. Mas aqui só tem meu travesseiro. Sem mãe, sem pai, sem melhores amigos. E qualquer pessoa que aparece, causa uma confusão absurda: só é uma projeção de afeição por falta de opção ou porque essa pessoa merece mesmo? Será sazonal e conveniente, ou é sincero? Nunca dá pra saber... Além disso, a solidão é um bicho-papão que mora escondido embaixo de uma cama dentro nosso coração. Você pode ter uma quantidade significativa de pessoas com você, mas o que tá dento da gente, às vezes, dá um pavorzinho quando  a luz apaga e as pessoas vão embora.

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