sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Crises.

Achei que só existia a "Crise dos 30". Mas tô vendo que existe a dos 24. Provavelmente, 25. 26... Bom, as outras eu ainda não sei, mas a dos 24 existe sim, gente. Vai por mim. Existe.

Me identifiquei completamente quando soube que a Vastag tem a mesma mania de escrever, apagar, escrever, apagar... Ufa. Tá aceito que eu faça também. Sem julgamentos. Sem pressão. Vamos começar tudo, de novo, outra vez.

Hoje eu acordei angustiada. Não, acho que medo é o sentimento certo. Acordei lembrando que faltam 6 dias para completar meus 24 anos. É isso mesmo. 24. Eu, completando 24, já. Assim. Num piscar de olhos. Como se eu tivesse acordado com 18 e levantado com 24. Onde foram parar os outros anos, mesmo? Acho que eu vou repetir "24" por muito tempo. Meu Deus. 24.


Eu tenho uma teoria maluca (e certa, porque todo mundo que entende, concorda - apesar de que nem muitos entendem tão fácil), de que a partir de 30 de setembro eu começo meus 25 anos. Porque veja bem, a gente "completa" a idade, quer dizer que um dia depois do nível concluído, a gente começa no nível novo, certo? Nível novo = idade nova. Bom. Ceis entenderam. Enfim,

E a pergunta que ficou martelando desde que resolvi dividir essa angústia num grupo de amigas que me conhecem há muito tempo, foi: pra onde minhas expectativas sobre eu mesma estão caminhando?

Eu sempre fui adepta à teoria de que expectativas são frutos de nossos desejos e vontades pessoais. Não existe interferência de terceiros. A expectativa é criada por mim. Seja a expectativa referente a mim ou referente a outro. Mas ela é fruto de particularidades minhas. O outro não interfere nisso nem que ele queira. É impossível. Se alguém tem uma expectativa quanto a mim e eu concordo com aquilo, é porque minhas convicções pessoais (vou contar que todas as vezes q eu apaguei e escrevi 'convicções' eu escrevi: conviccções - é mais forte que eu) compactuam com aquilo. Eu deposito em mim ou em qualquer outro ser humano, expectativas que dizem respeito especificamente a mim. Seja por vontade, desejo, ideal...

Mas aí, quando eu olho pras expectativas que eu tenho de mim mesmas, eu me sinto no caminho errado. Eu sempre - sempre - vejo a grama do vizinho mais verde que a minha. Sempre. Carrego a impressão de que sou a única maluca descoordenada num mundo repleto de pessoas perfeitamente racionais e completas. Como se só eu tivesse um tumulto morando em mim, mas os outros, aqueles ali que eu olho de relance, são calmos e perfeitamente resolvidos com eles mesmos.

E então, tive a experiência de viver sozinha. Me conhecer. Me entender. E eu percebi que o coletivo, aquele lá "normal e calmo", na verdade é uma completa confusão. Que o tumulto interno, na verdade é universal.

E então, passei a me permitir viver, me jogar, ir, voltar e fazer o que me desse na telha.

Então, o que eu desejo pra mim, quando começar meus 25 anos?

Quero viver.
Quero experimentar tudo o que eu não experimentei ainda.
Quero sentir.
Quero tirar os "nãos" que me prendem.
Quero chorar.
Quero amar.
Quero desapegar.
Quero apegar.
Quero encontros.
Quero desencontros.
Quero mais Ana e menos mundo.
Quero continuar sendo honesta sobre quem sou.
Quero continuar mostrando quem eu sou, no meio de todo mundo.
E quero gostar de tudo isso.

Te amei, 24.
Vem, 25. 

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