terça-feira, 7 de março de 2017

Dá uma mãozinha aqui?

Durante todo o caminho do trabalho pra casa pedi que agora, 22h, estivesse caindo aquela chuvinha enquanto eu tento desafogar dez mil pensamentos nesse texto atrasaaaado que só. Mas não tá chovendo. That's life. Vamos lá.

A gente pede. Pede muito. Mas pede mais que deveria. Pede dia e noite, noite e dia. Cada um pede pro que acredita: pede pra Deus, pro universo, pra mãe natureza, pra qualquer coisa - ou qualquer ser que você queira - pra dar uma mãozinha em algo que seja, aparentemente, muito muito importante pra gente. E seguimos pedindo sempre que vemos à nossa frente algo que não julgamos humanamente possível resolver sozinhos. Tolos.



Eu tenho uma dificuldade enorme em pedir. Aqui sempre rola uns diálogos internos, mais ou menos assim:
"- Po, queria tanto, mas taaaaaanto isso aqui, Deus!
- Não Ana, é ridículo você pedir isso, tem tanta gente pedindo coisa melhor, que esse seu pedidinho michuruco aqui vai lá pro fim da fila, fia.
- Mas pera, não vamos diminuir a importância disso aqui só porque tem muitos outros pedidos importantes...
- Mas cê podia pedir outra coisa, é perda de "pedido", guarda pra outra coisa mais importante!
- Deus, me ajuda, não quero pedir mas quero pedir, como cê tá me ouvindo aí mesmo que seja um diálogo interno, não precisa dar uma mão inteirinha não, da só um dedinho!
- Agora pronto, Deus tá olhando lá pra mim e achando a maior tonta por ter perdido tempo pedindo isso...
- Pediu, pediu. Mas juro que não vou mais pedir sascoisa.. 
Dois dias depois...
- Deus, cê tá aí?"

O ponto é: a vida é bem como um jogo de videogame mesmo. Mas não é tipo Mário que a gente joga até o fim e, quando acaba, pode jogar de novo. Cabo, cabo. E meu jogo não é o mesmo jogo que o seu. E usando a analogia mais clichê do mundo: a cada fase conquistada, mais difícil fica e mais medo a gente tem. Tem medo, sim. 

Medo danado que tira até o sono, muitas vezes. E tirar sono é uma puta duma sacanagem, vou te contar. Virar pra lá, pra cá, travesseiro parecendo que é feito de pedra, não aconchega a nossa cabeça, não tem abraço e afago pros cabelos e mente cansada. Rola pra lá e pra cá. Cobre, descobre. Relembra tudo que fez e acha que foi errado, que fez e acha que foi certo, mas que no fim não parece tão certo e o errado, que na verdade nem é assim tão errado. 

Mas vem cá... pedir alivia, né? Tira um pouco do peso no peito, eu sei. 
Só que tô aprendendo a pedir "certo", agora. Pedir quando eu tenho que pedir, não pedir por preguiça de agir.
Não é mais: "eu quero isso aqui". É:
"vamos aprender a como conseguir isso aqui que eu quero, porque nada nessa vida cai do céu, mas só me ajuda a não cagar no pau de novo mais pra frente, por favorrrrrrr" (afinal, o problema não está em pedir, está entre o pedido e o resultado que, vai por mim, tem muito que tá sob nosso controle). 

Não prometo que você vai dormir mais rápido,
ou que vai rolar menos na cama, ou que o travesseiro vai ser tipo de algodão egípcio de tão softy que vai ser. 
Pode não ser assim tão fácil. Mas mudar o mindset é o primeiro passo.

Vai na minha que cê passa de ano. 




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