Adeus.

Era uma tarde fria, muito fria! Eu estava com minhas mãos enfiadas nos bolsos do blusão, esperando ele fazer o check in. Ele sempre foi digno de minha admiração, principalmente quando estava de costas, porque não teria como ele reparar em meus olhos brilhantes, que insistiam em me denunciar toda vez que eu olhava pra ele. Claro que, ele devia desconfiar que meu amor por ele ia além da amizade, mas ele insistia em deixar isso pra lá. As vezes dava vontade de gritar no meio do aeroporto todo, pra todo mundo ouvir, inclusive ele. Mas ele já estava vindo em minha direção, e eu tinha que parar de me distrair com esses pensamentos bobos. "Vem, você pode me acompanhar até o a porta de embarque". Ele disse, e então esbanjou seu lindo sorriso. Como ele conseguia fazer aquilo? "A não ser que você não queira ir... se quiser ficar por aqui, não tem importância, eu vou sozinho até lá." Ele disse, depois do meu silêncio. "Não, eu quero te acompanhar". "Então vamos.. dá sua mão aqui, ela deve estar congelando!" Ele agarrou minha mão, me puxou pro lado dele, e começou a esfregar minhas mãos com sua mãos quentinhas. "Pronto. Cheguei. Obrigada por vir até o aeroporto comigo." Ele olhou nos meus olhos... ele sabia que eu queria dizer algo antes dele ir embora. Talvez, eu poderia ficar sem vê-lo por anos.. ou quem sabe, nunca mais vê-lo. Eu devia ter dito algo, eu devia... "Fica bem, tá bom?" Ele beijou minha testa, e então soltou minhas mãos. "Eu vou sentir falta de sua companhia" Ele me olhou, e soltou um sorrisinho. "Eu vou sentir falta de você". Eu finalmente soltei. "Mesmo?" Ele me encarou, com seu olhar sério. "Mesmo!" Eu disse, com olhos frágeis e sinceros. "Eu volto. Eu prometo!" Ele disse, agora com um tom sério. "Eu sei" Eu concordei com a cabeça, e então beijei o peito de sua mão. "Vá com Deus" Eu disse em seguida. "E você, fica com Ele!". "Pode deixar" eu pisquei. E então, eu vi o homem da minha vida entrar pela porta de embarque, sem saber quando o veria novamente. Eu não queria estar ali, mas fiquei feliz em estar lá, porque percebi que estava, pela primeira vez na vida, no lugar certo, na hora certa. Sem dúvidas, eu o amava.

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