terça-feira, 11 de agosto de 2009

'Decisões'

O despertador tocou, apontando 07h30. Hora de levantar, porque o dia é longo. Olhei pro teto e, num flashback eu vi tudo o que já passei por aqui.. todas as amizades que fiz, a vida que construí...
Levantei, tomei um banho e desci pra preparar um café. Chequei minha caixa postal do celular, e haviam 4 mensagem. 3 delas, de amigas minhas implorando pra que eu ficasse, e a outra, que durava uns 3 minutos, sem nenhuma palavra... Estrisito (estranho e esquisito, ao mesmo tempo rs). Nada de olhar pra tras agora, eu já decidi. Não tem como voltar atrás...
Olhar pro meu quarto assim, todo arrumadinho, com as coisas empacotadas em malas enormes, apertou meu coração. Eu não sabia se estava realmente preparada pra essa mudança toda, mas eu precisava muito dela.
Peguei minhas coisas, chamei o táxi e fui, em direção ao aeroporto. Escolhi uma despedida limpa: sem ninguém. Não avisei o horário do voo, nem aonde eu embarcaria, muito menos o aeroporto. Não queria mais chorar, nem ficar confusa. Eu já tinha decidido, não queria impecilhos. Ninguém me faria ficar por aqui por mais tempo... Eu estava fazendo isso pro meu próprio bem.
Antes de chegar ao aeroporto comprei um café. Dois, na verdade. Só pra não correr o risco de ficar sem café, caso o voo atrase.
O tempo não estava muito bonito. Tinha cheiro de chuva no ar.
Peguei minhas malas, coloquei-as em um carrinho e fui pra asa leste do aeroporto. Tudo pronto, passagens na mão, malas na mão, café e medo. Muito medo. Ok, nada de pensar nisso agora, não quero mais motivos para bobiar e acabar ficando por aqui.
O motivo maior disso tudo, é me livrar dele. Ver ele me doía muito. Era como se meu coração estivesse em carne viva. A culpa não é dele, ele nunca soube. Mas eu preciso fazer isso por mim. A única culpada disso tudo, sou eu.
Chega disso, bola pra frente. Eu não o veria mais por muito tempo.. até lá, eu encontraria alguém, eu tinha que encontrar.
Sentei em um dos banquinhos, e esperei. Eu cheguei cedo. Ainda me restavam 1h30 pra pensar. Eu não podia mais pensar nisso... não podia...
As horas foram passando, e finalmente, a hora de embarcar. Levantei, fui até o portão de embarque e, quando dei minha passagem pra aeromoça, eu escutei meu nome. "Você não vai me deixar sozinho por aqui, vai?" Eu conhecia aquela voz. A mais doce, gentil e harmoniosa de todas as vozes que já ouvi em minha vida. "Você não acha que isso é muito egoísmo de sua parte?". Ele disse, agora com um tom risonho. Eu não tive coragem de olhar pra ele. Eu só congelei. Ele foi chegando mais perto e puxou meu braço. "Eu ainda não desisti de você. Eu não vou deixar você ir assim... Como você vai viver sem mim? Não creio que você consiga..." Ele soltou uma gargalhada, e puxou meu rosto, olhou em meus olhos, e eu me deixei dominar por aqueles olhos castanhos claros...então, ele me beijou....
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Um comentário:

Wilian Bincoleto Wenzel disse...

Que conto maneiro!

Me fez pensar que ia mesmo viajar! Ai de você se fizer isso sem me avisar! ¬¬' USAHUsh'

s2

Boa Terça!

p.s: Você gosotu né? Ainda acho que fui bem cauteloso, poderia ter sido mais "forte" nas palavras, mas deixei pra lá.! :P